Famílias de Beijós - Peixoto
A origem do apelido Peixoto é atribuída a Gomes Peixoto, o Velho, que viveu nos sécs. XII - XIII e cuja descendência teve muitas posses por terras de Guimarães, Fafe e Basto. A informação até agora obtida aponta para que o autor deste post seja 21.º neto deste Gomes Peixoto :)
Gonçalo Peixoto da Silva Almeida, 11.º neto de Gomes Peixoto, viveu no séc. XVII em Guimarães, de onde era natural, mas, por heranças várias, era senhor de diversos morgados e era também Padroeiro de S. Miguel da Lageosa, paróquia onde um dos seus filhos, Fernando Peixoto da Silva, foi Abade. No entanto, Fernando prescindiu da Abadia, certamente por afazeres em Guimarães. Numa acta de 1717, consta que «foi eleito para Provedor da Misericórdia de Guimarães Fernando Peixoto da Silva abade reservatário da Paróquia de S. Miguel da Lagiosa e sua anexa de S. João Batista de Veijós». Parece que os de Guimarães sempre tiveram um uso muito próprio dos "V" :)
A família Peixoto da Silva manteve o Padroado por várias décadas e tratou também de nomear um abade da família para governar a paróquia da Lageosa. Foi ele Luís Peixoto da Silva, filho ilegítimo de João Peixoto da Silva (um irmão do Abade Fernando). Foi este Luís que respondeu ao inquérito paroquial de 1758 (como já referi aqui), onde escreveu «É freguesia de São Miguel cuja Igreja é a Matriz, tem sua anexa de São João Baptista de Beijós, é Abadia cuja apresentação é de Gonçalo Peixoto da Silva Macedo e Carvalho, assistente em Alenquer, rende três mil cruzados com sua anexa». Este Gonçalo, padroeiro da altura, era neto de um meio-irmão do Abade Luís.
Seguindo uma tradição familiar, o Abade Luís Peixoto da Silva manteve conversações com uma mulher solteira, no caso, Angélica Maria, natural de Sangemil, cujo resultado foi António Peixoto da Silva, que viria a casar em Beijós em 1783, onde estabeleceu residência, tornando-se no ancestral dos Peixotos de Beijós. O Abade Luís era um grande amigo do Padre Cristóvão, pelo que não é difícil de imaginar a pompa e a elevada assistência eclesiástica do casamento da neta de Luís (Maria Margarida Tavares Peixoto da Silva) com um neto de Cristóvão (António Coelho de Abrantes), mesmo sabendo que eles só puderam assistir ao casamento dos respectivos lugares no Céu. Este casal teve os filhos Cristóvão Coelho de Abrantes e Daniel Coelho de Moura, ambos com vasta descendência nos Coelhos de Beijós. Neste ramo, perdeu-se o apelido Peixoto.
Os restantes filhos de António Peixoto da Silva mantiveram o apelido Peixoto:
Bernarda Delfina Cardoso Tavares foi a 2.ª mulher de Felisberto Coelho de Moura, tendo um filho João Peixoto Coelho, nascido em 1811.
Luiz Peixoto, nascido em 1790, morreu em 1851, sem ter casado.
João Peixoto da Silva, falecido em 1854, foi pai de Claudina de Jesus (referida aqui).
Os actuais Peixoto de Beijós são descendentes de Francisco Peixoto, nascido em 1832. Graças a informação de Ulisses Galvão Silva, sabe-se que este Francisco era filho natural ou ilegítimo de um João Peixoto. Só pode ser o João Peixoto da Silva ou o seu sobrinho João Peixoto Coelho, referidos no parágrafo anterior. Esperemos por mais resultados de investigação genealógica para determinar o papel do tio ou do sobrinho, mas não há qualquer dúvida de que a linhagem é a mesma.