Leitura de Bacharéis
«Diz o B.el Jacincto Lopes Tavares da Costa de Ornellas, Fidalgo da Caza de Vª Mag.e natural do lugar de Beijóz, conselho de Olivrª do Conde, Comarca de Vizeu, filho ligitimo do Mestre de Campo Bartholomeu da Costa Coutinho Tavares de Araujo, n.al da Vª e Com.ca de Trancozo, tambem Fidalgo da Caza de Vª Mag.e, e de D. Maria Margarida de Ornellas Rolim e Abreu do dº lugar de Beijóz, netto pela parte paterna do Sargento mór de Batalha Jacincto Lopes Tavares da Costa Governador que foi da Praça de Alm.da, e governou as Armas da Provª da Beira, tambem Fidalgo da Caza de Vª Mag.e, e de D. Margarida Fran.ca Correia Tavares do lugar de Escarigo, trº de Castello Rodrigo, da dª Com.ca de Trancozo, e pela parte materna de Joao Ornellas Rolim e Abreu, tambem Fidalgo da Caza de Vª Mag.e do m.mo lugar de Beijóz, e de D. Maria Caetana da Costa Fróes do lugar de Cabanas, tudo do dº Consº de Olivrª do Conde, q'elle pertende servir a V. Mag.e em os empregos literarios».
Eis a transcrição da 1ª pág. do processo de Leitura de Bacharéis deste ilustre beijosense, nascido nesta casa. Naquele tempo, não se emitia diplomas aos Domingos e o latim era mais importante do que o inglês técnico, mas a grande diferença relativamente aos tempos que correm, é que o candidato a bacharel, para além do aproveitamento sem equivalências, tinha de fazer prova das suas boas origens, do comportamento insuspeito não só da sua pessoa como dos seus antepassados, não podendo haver lugar para dúvidas relativas a heresias ou a simpatias com a religião judaica...
Eis a transcrição da 1ª pág. do processo de Leitura de Bacharéis deste ilustre beijosense, nascido nesta casa. Naquele tempo, não se emitia diplomas aos Domingos e o latim era mais importante do que o inglês técnico, mas a grande diferença relativamente aos tempos que correm, é que o candidato a bacharel, para além do aproveitamento sem equivalências, tinha de fazer prova das suas boas origens, do comportamento insuspeito não só da sua pessoa como dos seus antepassados, não podendo haver lugar para dúvidas relativas a heresias ou a simpatias com a religião judaica...
Neste processo prestaram declarações em 1786 quatro testemunhas beijosenses, a saber, Jozé de Loureiro Lavrador; Jozé da Costa Carpinteiro; António da Costa de Figueiredo Lavrador; Manoel Rodrigues Çapateiro. Basicamente, declararam que conheciam o habilitando e os seus ascendentes beijosenses; que esses ascendentes «nunca cometeram crime de leza Magestade Divina ou Humana»; que o habilitando «tem boa vida e costume»; e que praticavam a religião oficial do Reino.
8 Beijos:
O processo levou o seu tempo, a habilitação data de 1787, i.e. este doc. tem 220 anos.
Jozé da Costa, carpinteiro
...
Caetano da Costa, mestre carpinteiro
João da Costa, mestre carpinteiro novo
Alexandre da Costa, carpinteiro
André da Costa, carpinteiro
António da Costa, carpinteiro
Agostinho da Costa, carpinteiro
250 anos de tradição !
Beijokense,
Obrigada por estas preciosidades da nossa história. É bom conhecer e recordar, tantos os bons como os maus aspectos.
É pena ver os antecedentes familiares e religiosos a suplantar o mérito individual, Portugal tem pago bastante caro essa prática. Por algum motivo continuamos na cauda da Europa.
@Micas10
1. Sem dúvida, este José da Costa é da mesma linhagem de carpinteiros que chegou ao Séc. XXI
Quando começou (ainda) não sei, mas aposto que há mais de 500 anos...
2. Hoje os títulos nobiliárquicos são substituidos pelos títulos académicos, que muitos, a começar por um exemplo que vem bem de cima, adquirem a qualquer preço em universidades sem rigor nas avaliações e onde o mérito é ultrapassado pelo capital social.
Bom Post! Obrigado Beijokense.
Esses que hoje"adquirem" os canudos sem muitas e muitas horas de estudo, deveriam ver este documento.
Talvez tivessem vergonha, se é que eles sabem o que é!!!
É bom continuar a saber mais sobre as grandes famílias de Beijós
Fantastico este documento.Agradeço a Beijos xxi o que me ensina.Eu não paro de aprender e de valorizar ainda mais a minha modesta cultura.
Ainda bem que não exitiam aquelas "Universidades" que vendem o canudo como brinde da Cerelac.
O avo do meu marido era um fantastico contador de historias e, eu tenho pena de não me lembrar de algumas.Mas tambem quem contava coisas antigas era o Senhor Antonio do Lugar dAlém.
Bons tempos em que passavamos serões os dois a conversar.
ANA PAULA FERNANDES
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