UM BISPO INCÓMODO?
O nosso leitor A. Abrantes enviou, para publicação o texto seguinte:
Quem foi que disse que “Na minha diocese quero padres para amar a Deus na figura do próximo; não quero jesuítas que vivam de explorar o próximo em nome de Deus”?
Estas frases, que tanta gente na região e visitante de Viseu bem conhece, podem ser lidas no pedestal da estátua que se mantém desde 1908 (1º centenário) no Jardim de Santa Cristina, em Viseu.
Estas frases, gravadas no granito pelos corajosos de 1908, continuam a ser espinhos cravados em muitas almas “estremes” da cidade de Viseu e do país herdeiras, talvez, das “moralidades” do Santo Ofício e da censura salazarista.
Por isso as comemorações do 2º centenário do nascimento de um dos homens mais ilustres de Viseu e das Beiras sejam tão “tímidas”, como se refere no jornal “As Beiras” de 18-2-2008.
De notar que nem a Câmara Municipal de Viseu actual nem o bispo da diocese viram grande relevância na data (18-2-2008) alinhando, não com os corajosos visienses que em 1908 homenagearam o bispo Alves Martins, mas com os que, em 1937, orientados pela senha “purificadora” de Salazar, ensaiaram uma lavagem à memória do bispo liberal, retirando o seu nome ao liceu que ele refundou e dignificou.
Cito do jornal “As Beiras”:
“Moralistas retiraram o seu nome ao liceu.
Segundo as actas do Liceu de Viseu, por volta de 1937 as inscrições de Alves Martins foram acusadas de ter uma influência perniciosa na juventude. "Houve um movimento de pretensa moralização que culminou na retirada do nome de Alves Martins ao Liceu. O seu pensamento muito aberto, muito frontal e muito arejado levou a que não tenha caído muito bem nalgumas mentes, embora na altura figuras importantes de Viseu e do liceu tivessem feito a sua defesa", ... acrescentando que o nome do bispo só foi reposto no liceu no pós 25 de Abril.”
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Felizmente a Escola Secundária, agora com o seu nome, não deixa passar de todo este 2º centenário do seu nascimento em claro.
Mas quantos daqueles que continuam “a explorar o próximo em nome de Deus”, como dizia Alves Martins, não o desejariam?
Quantos desses não consideram mesmo e ainda aquela estátua, com aquelas suas inscrições, uma fonte de contaminação “da “juventude”?»
A Abrantes
5 Beijos:
É sabido que os portugueses são dos que mais abusam do sal. A OMS tem vindo a rever em baixa os níveis de tensão arterial aconselhados, por isso é de esperar que a utilização de sal venha a ser cada vez mais socialmente condenada. Em breve teremos à porta dos restaurantes autocolantes a dizer se no estabelecimento se usa ou não sal.
O que tem o comentario anterior a ver com o post do bispo?
Pagina errada?
Mais um "lapurdio"
Assim escreveu (Tomaz da Fonseca)
Um homem do século XIX que promoveu a educação merece bem ser recordado no século XXI.
Se tivesse havido mais homens como ele, talvez já não houvesse analfabetos hoje na região de Viseu.
Beijós também teve o seu padre liberal, contemporâneo de Alves Martins. Espero que eu dia se venha a saber algo mais sobre a figura.
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