Entrevista ao Sr. Padre Júlio
Nascido em Ribolhos, o senhor padre da nossa paróquia, José Júlio, completa hoje um ano de sacerdócio. Conheça-o melhor através desta entrevista.
- De onde é natural?
Sou natural de Ribolhos, uma aldeia relativamente pequena situada no Concelho de Castro Daire.
- Há quantos anos é padre?
Ainda não tenho nenhum ano de Sacerdote, mas está quase... Fui ordenado, sacerdote, no dia 04 de Setembro de 2005.
- Onde fez a sua formação?
A minha formação passou pelo Seminário Menor de S. José em Fornos de Algodres (do 5º ao 12º) e depois no Seminário Maior de Viseu.
- Até agora, em que paróquias exerceu o seu ministério?
Enquanto sacerdote, as minhas primeiras e únicas paróquias são: Beijós e Cabanas de Viriato. Contudo, durante os anos em que estive no Seminário Maior passei por muitas paróquias. No primeiro ano estive no Arciprestado de Mangualde, nas paróquias de Fagilde, Fornos de Meceira Dão, Moimenta de Maceira Dão, Vila Garcia; no segundo e terceiro ano estive no Arciprestado Rural 1, nas paróquias de Lordosa e Ribafeita; no quarto ano estive no Arciprestado de Nelas, na paróquia de Nelas; no quinto ano estive no Arciprestado do Satão, nas paróquias de Avelal, Decermilo, Romãs e Vila Longa; no sexto ano estive no Arciprestado Urbano de Viseu, na paróquia de Rio de Loba; no sétimo ano estive, a tempo inteiro, no arciprestado Rural 1, nas paróquias de Torredeita, Boaldeia e Farminhão.
- Porque é que quis ser padre?
Esta pergunta daria para escrever um longo e vastíssimo texto…desde muito pequeno que quis ser padre, fascinava-me ver o padre da minha terra (Pe. Miguel) vestido de branco…depois foi tudo fruto de uma caminhada que passou pelos Seminários. Também ajudaram muito os familiares e amigos.
- Prefere exercer o seu ministério num meio pequeno, como uma aldeia, um num meio maior?
É indiferente o meio onde se exerce o ministério do sacerdócio. Eu, como todos os outros sacerdotes, somos ordenados para a Igreja, para o mundo, para as pessoas. Não escolhemos o lugar, apenas…somos enviados. Mas confesso que a calma da aldeia é bem melhor que a azáfama da cidade.
- Como foram os primeiros tempos nesta paróquia? Foi bem recebido?
Fui muito bem acolhido em Beijós e também em Cabanas de Viriato. Os primeiros tempos, que ainda hoje o são, foram a aventura de algo novo, de adaptação, de conhecimento…
- Qual é que acha que é a opinião das pessoas sobre si?
Sinceramente não sei.
- O que gostava de mudar ou realizar na paróquia, ou o que é que acha que está mal e que deveria mudar?
Nada está mal, podemos é sempre melhorar e caminhar mais longe. Gostava de poder criar algumas estruturas humanas, tais como: Conselho Pastoral Paroquial; um Conselho Pastoral Permanente; um verdadeiro Centro de Catequese; um grupo de Liturgia… Nem tudo depende de mim, mas das pessoas a quem lanço projectos, ideias e sonhos.
- Que dificuldades encontra para realizar esse desejo?
A dificuldade maior para a prossecução destes sonhos, deve-se ao facto, creio eu, das pessoas ainda não estarem preparadas e predispostas a “caminhar mais longe”.
- De que ajudas precisa?
De corações abertos, de vontade de caminhar e arriscar…de pessoas comprometidas, activas, conscientes e integrantes.
- Concorda totalmente com o “protocolo” da missa? Acha que a celebração litúrgica é muito protocolar? Mudaria alguma coisa no funcionamento desta, como, por exemplo, uma maior interacção com as pessoas, ou menos cânticos?
A celebração da Missa não é protocolar. Existe já uma interacção entre o presidente e todos os celebrantes. Se olharmos para os antecedentes históricos, damo-nos conta de que a Igreja tem acompanhado o evoluir dos tempos. Primeiro a Missa era celebrada: com o presidente de costas; em Latim; as pessoas raramente entendiam o mistério que se celebrava, até acabavam por rezar o terço no momento da celebração; não existia qualquer participação dos fiéis quer durante a Missa quer fora dela. Com o Concílio Vaticano II operou-se uma profunda reforma na Igreja. A mais visível aos nossos olhos é a celebração da Missa. Mas esta reforma atinge, também, a forma como os fiéis colaboram nas actividades pastorais, promove-se uma participação mais activa, consciente e plena de uma Igreja que é de todos e para todos.
Mais ou menos cânticos não é pertinente, até porque existem celebrações sem cânticos. Contudo, o canto permite uma maior participação dos fiéis, bem como ajudam a perceber o que se celebra.
- Acha que as pessoas, na generalidade, entendem a mensagem que o Senhor Padre lhes tenta transmitir durante a celebração litúrgica, ou que, pelo contrário, estão com o corpo na igreja, mas com o pensamento fora desta?
Procuro sempre, com base nas leituras, fazer com que as pessoas levem uma mensagem para a semana. Não procuro tornar o Evangelho actual, porque ele já o é. As pessoas ouvem certamente e não me compete a mim julgar se as pessoas procuram viver a mensagem que as leituras transmitem.
Para aqueles que ainda o são ou já foram estudantes, dão-se conta de que já tiveram uma aula em que não ouviram o ensinamento que o professor procurou transmitir, ou porque estavam com o sono, ou estavam a pensar noutra coisa qualquer, ou não estavam atentos…pelas mais variadíssimas razões. O engraçado é que no final do curso damo-nos conta de podíamos ter feito melhor, podíamos ter aproveitado melhor…mas agora já não dá!
- Eu sei que o Senhor Padre faz por isso, mas na realidade, acha que essa mensagem as ajuda no seu dia-a-dia ou faz com que elas encarem o mundo de maneira diferente, aplicando na sua vida os ensinamentos pregados pela doutrina cristã?
Tenho a certeza de que é bem diferente a realidade vista com os olhos e tocada com as mãos de Cristo. O semeador lança a semente, alguma cai nas rochas, outra cai nas silvas, outra cai no caminho e é pisada, outra cai em boa terra e essa dá fruto…a mim compete-me semear, às pessoas…preparar o terreno.
- Acha que deveria mudar alguma coisa no sistema de organização da Igreja Católica?
Não.
- Acha que o dinheiro que a Igreja Católica (na generalidade) possui, é bem gerido e aplicado, ou deveria ser melhor utilizado?
Na generalidade não se pode dizer que a Igreja possui elevadas e avultadas somas de dinheiro. Existe uma orgânica na comunhão de bens que parte da Igreja Particular para a Igreja Universal. Os dinheiros ou bens são bem geridos e isto é o que permite a sustentabilidade das estruturas físicas e humanas da Igreja.
- Acha que a Igreja deveria ser mais activa dentro da sociedade?
Sim, a Igreja devia ter uma presença mais viva, mais presente e mais actuante na sociedade…mas não depende da Igreja ser mais activa é preciso que as estruturas sociais e políticas o permitam.
- O que gostaria de pedir às pessoas da paróquia?
Que caminhem juntos e unidos, pois a meta é Jesus Cristo. Abram o vosso coração e deixem-se guiar nesta vida pelo amor a Deus e aos outros. Procurem agradar a Deus pelas vossas boas obras.
9 Beijos:
Parabéns ao Senhor Padre José Júlio por este ano de caminhada.
Precisamos de mais Padres com dinamismo e com vontade de trabalhar com os nossos Jovens.
Faz hoje um ano de sacerdócio, parabéns Sr. Padre José Júlio.
Bom trabalho nuno, bela entrevista.
E parabens ao senhor Padre, belas palavras.
Parabens ao entrevistado e ao 'jornalista' e o maior sucesso para ambos.
Parabéns,
Sr. Padre José Júlio o Beijós XXI está interessado em divulgar, junto dos seus leitores, iniciativas das mui nobres instituíções do nosso Concelho, em especial da nossa Freguesia.
Parte dos leitores do Beijós XXI residem fora da sua terra, alguns nas comunidades portuguesas espalhados pelos vários continentes.
Assim, oferecemos este espaço priveligiado de comunicação para que a Igreja divulgue os eventos que tenha interesse para as nossas Gentes, nomeadamente a celebração de casamentos, festas religiosas, etc.
Obrigado
È verdade que o Pe Júlio dá aulas de música ?
na esperança que o rev.padre leia este comentário:
sou natural de beijós mas resido em lisboa há muitos anos. visito a minha terra com frequencia e tenho o prazer de assistir ás suas eucaristias.
quanto á entrevista tenhoa dizer que gostei muito das suas palavras, apenas tenho um reparo a fazer...quanto ás actividades que gostaria de desenvolver e os conselhos que gostaria de formar, eu soy~u completamente de acordo e apoio, mas quanto á parte em que diz que precisa de pessoas que queiram sonhar, arriscar garanto quer as tem aí na sua paróquia. há muita gente com vontade de trabalhar, lançar novas actividades, participar em coisas novas...garanto que há..mas precisam de um convite seu..por vezes há pessoas que gostariam de participar e o sr padre nem conhece. é uma pena o arauto ter terminado. arranjava-se uma equipazinha bem jeitosa em Beijós para tomar conta dele já que ouvi dizer que o sr padre nao tem tempo.
a ultima vez que estive ai em cima ( há 15 dias) ouvi um desabo que me entristeceu..uma pessoa de grande valor, com muito empenho e que adora trabalhar na sua paráoquia, mas diz que sentia os movimentos cortados, que pensava em ir a outra aróquia com mais actividade e grupos organizados propor-se para trabalhar, ajudar..pensava ir a paroquias vizinhas... sr padre julio, fiquei triste e pensei: como e que um apdre novo e jovem e dinamico nao consegue evitar que isto aconteca??
olhe bem á sua volta, é um conselho. já trabalho aqui na minha paroquia há muito e sei do que falo. as pessoas só precisam de um empurrão....de uma palavra, uma proposta mas feita com boa vontade, com desejo de cjegar longe como diz na sua entrevista..
parabens pelo «1 aniversario»!!!
Muitos Parabens!!!!!
ascg,
Bem-vinda ao Beijós XXI,
Manda Beijós a toda a Gente.
Enviar um comentário