Está a ler o arquivo 2005-2009 do Beijós XXI. A partir de 2010, o blogue passou a ser publicado no endereço http://beijozxxi.blogspot.com

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Poesia de Guerra - 4, José Pais dos Santos

Poesia de Guerra – 4
Guerra das Trincheiras em França - 1917...
José Pais dos Santos

(...) cont.
A todos hei-de contar
O que passei nas trincheiras
A França está a clamar
Dizem que isto está a acabar
Só vejo combates renhidos
Encontro só mortos e feridos
Todos os dias sem cessar
Por em guerra me encontrar
Conto casos sucessivos

Eu me encontro a combater
Junto com meus camaradas
Não ouço se não rajadas
Assim o posso dizer
Só quem isto, está a ver
Rajadas de artilharia
Ouve-se só gritaria
Junto com a estilhaçada
Trago a cabeça azoada
Pois ali tudo gemia.

Só vejo feridos e mortos
Quem o pode dizer sou eu
Grande combate se deu,
Em 12 e 13 de Junho
Com o canhão sempre em punho
Eu fazia pontaria
Mas tal era a gritaria
E quem tanto disparava
Já tudo se preparava
A livrar-se da artilharia...

A guerra deve acabar
Tem causado muita morte
A Inglaterra é que tem a sorte
Com a guerra está a ganhar
Portugal está-se a empenhar
Com as despesas da guerra.
Somos aliados da Inglaterra
Mas combatemos com a França
Por isso fazemos lambança
Queremos ir para nossa terra.

Eu não posso entender
No que a guerra vem a dar
E para a gente cismar
Só quem vê o pode dizer
Estamos a combater
A dar comércio aos Ingleses
Mas os pobres portugueses
Que combatem noite e dia
Sofremos a maior agonia
Assim me encontro às vezes.

*******************

Menina se fosse canção
Eu queria ser corpo morto
Não se me dava morrer
Se o tombo fosse seu corpo

Eu quero que meu caixão
Seja blindado depois
Tenha a forma do caixão
Do canhão 42.

********************

O Cigarro!


Passa frio e passa fome
O soldado até não dorme
Nada quer nada lhe dói
Um cigarro uma ilusão
Acha força dum leão
A bravura dum herói.


Em meio da sua batalha
Quando a fúria da metralha
Tudo leva numa aragem!
O cigarro é um achado,
Que traz ao pobre soldado
A alegria e a coragem.


E lá na terra estrangeira
Quando estiver na trincheira
Metendo a mão no bornal
Puxará da cigarrada
Que trouxe da pátria amada
Que trouxe de Portugal.


O cigarro é um amigo
Que na paz ou no perigo
Nos dá conforto e prazer
A gente fala-lhe e sente
O cigarro arde contentePor nos saber entender.
*****************************
O Beijós XXI recomenda, que Não Fume.
Fumar Prejudica Gravemente a sua Saúde.
Links:
Fundação Portuguesa de Cardiologia
Pelo seu coração......Não Fume !
Sociedade Portuguesa de Cardiologia



Link's:
Poesia (original) - 4 * 20FEV2006
Poesia (transcrição) - 3 * 15FEV2006
Poesia (original) - 3 * 13FEV2006
Poesia (transcrição) - 2 * 08FEV2006
Poesia (original) - 2 * 07FEV2006
Poesia (transcrição) - 1 * 01FEV2006
Poesia (original) - 1 * 30JAN2006

3 Beijos:

Anónimo disse...

«Eu não posso entender
No que a guerra vem a dar»

Nem eu
Mantemos a Rua Afonso Costa?

António disse...

Ficava melhor
Rua Pais dos Santos.

Micas10 disse...

Grande lucidez e capacidade de observação, uns países a ganharem com a guerra outros a ficarem com dividas... é sempre assim, a guerra é um grande negócio para alguns.
E o cigarro, tem toda a razão, a nicotina agarra mais que o ópio com a sua sensação (ilusão) de conforto e prazer

Enviar um comentário