Emigração e a mobilidade profissinal
Portugal é um dos países europeus com mais tradição de emigração e agora também de imigração. Também em Beijós, raras são as famílias que não têm ou não tiveram um irmão ou um tio a trabalhar no estrangeiro.
Antigamente, a emigração era quase permanente, e resultava no fenómeno de viúva de vivo, mulheres que ficavam a cuidar das terras, a fazer de mãe e pai para os filhos, às vezes com as ajudas que o marido enviava mas nem sempre.
No limiar do século XXI, a emigração tem outra dinâmica. Desde os trabalhadores sazonais que vão e vêm para a construção civil, as colheitas ou o turismo até os estudantes que vão fazer mestrados ou doutoramentos e ficam no estrangeiro a trabalhar alguns anos, as migrações são muito menos permanentes, já que o custo das comunicações e das viagens se tornou muito mais comportável. Por isso a emigração e imigração continuam a aumentar.
Mas quem emigra ainda precisa de muita coragem para se aventurar a uma terra estrangeira, onde não domina o idioma, mas onde geralmente têm um irmão, um primo ou um amigo que dá apoio nos primeiros tempos. Quem já emigrou sabe bem que emigrar não é para os fracos nem para os acomodados.
Quem emigra leva consigo o seu capital humano, o ofício ou profissão que aprendeu, ou apenas a sua energia que for um trabalhador indiferenciado. Há países como o Canada ou os Estados Unidos que utilizam a emigração para recrutar trabalhadores qualificados no estrangeiro, enfermeiras filipinas, informáticos indianos, electricistas e mecânicos e outros Skilled Workers de todo o lado. Portugal também recebe bastantes trabalhadores qualificados, como os célebres dentistas brasileiros. Em Espanha, o crescimento económico atraiu grandes números de imigrantes.
Para emigrar bem, para além do passaporte convém ter "carteira profissional" , de preferência uma qualificação básica escassa e reconhecida em vários países. E o emigrante também pode aproveitar para aprender não só idioma mas também uma nova especialidade ou certificação profissional no país de acolhimento. Isto é essencial para preparar o regresso.
A mobilidade e a concorrência profissional torna cada vez mais importante o ensino obrigatório, a formação profissinal e a versatilidade e aprendizagem ao longo da vida.
Portugal tem a escolaridade obrigatória dos 6-15 anos, apenas até ao 9º ano, um dos mais curtos da Europa, comparado com 6-16 anos em Espanha e 4-16 anos na Irlanda. Portugal tem os mais baixos níveis de aproveitamento escolar na União Europeia.
Portugal tem um programa de formação e certificação professional e a Europa promove as equivalências e reconhecimento mútuo das certificações.
Os trabalhadores portugueses precisam de se preparar o seu CV-Curriculum Vitae para um mercado laboral bastante mais alargado.
Ver PLOTEUS aprendizagem no espaço europeu
Low Skills: a Problem for Europe
JobCenterPlus
Razões para estudar e terminar o 12º ano, o elo mais fraco do sistema de educação em Portugal
Ver aulas de substituição, os furos que tanto prejudicam as nossos estudantes na concorrência com jovens dos outros países que dão o programa completo
10 Beijos:
Estudar? O quê?
Perante a dificuldade em obter emprego ou um emprego bem remunerado (prefiro a expressão "posto de trabalho"), que qualquer pessoa justamente ambiciona, é frequente ver jovens dizer que não vale a pena estudar, que não vale a pena fazer um esforço para entrar numa universidade ou poltécnico porque, depois, não há emprego, não encontram um posto de trabalho que compense o esforço e as despesas de tirar um curso superior.
É preferível tirar um curso profissional, ouve-se por vezes.
Será que os jovens que pensam assim têm razão?
Depende do curso.
Na Irlanda, houve tempos em que 17% dos estudadantes emigravam logo à saída da universidade
47% dos desempregados de curta duração e 63% dos de longa duração têm no máx. 6 anos de escolaridade.
Os detentores de diploma superior passam menos tempo desempregados, 2 em cada 3 estão nessa situação por um período inferior a 6 meses, situação que não é possível de observar em nenhum outro nível de escolaridade.
No entanto, a % destes diplomados colocados através dos centros de emprego é mínima.
Sim, geralmente uma boa formação dá mais versatilidade e capacidade de adaptação às mudanças do mercado de trabalho. E dá também melhor rede de contactos, o que é essencial na procura de trabalho.
Mas também há alguns iludidos que condenam a versatilidade profissional...
O BCP, telefonou-me para eu ir a uma entrevista, infelizmente não podia ir pois já tinha combinado estar com a Andreia nesses dias
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