Alfredo Cruz detido por fraude fiscal

Já não é novidade o envolvimento deste empresário da região em processos de fraude. Por exemplo, há dois anos, o «samarreiro» foi estrela na denominada Operação Ânfora. Agora é actor principal na Operação Viriato, no âmbito da qual foi detido na passada quarta-feira e presente ao Tribunal Central de Instrução Criminal, tendo-lhe sido decretada, como medida de coacção, a obrigação de permanência na habitação, só podendo deslocar-se para o local de trabalho. Segundo o Público de hoje, «a privação parcial de liberdade de movimentos a que o conhecido negociante de vinhos ficou sujeito terá sido motivada pelo facto de ser uma pessoa já de avançada idade, quase 75 anos, para quem seria uma situação próxima do intolerável a sujeição à prisão preventiva». A sua secretária foi sujeita à mesma medida, enquanto um colaborador, que se supõe trabalhar na sede de Lajeosa do Dão, «está intimado a apresentações periódicas num posto policial».

O mesmo jornal adianta que foram criadas «empresas virtuais [que] eram usadas para a emissão de facturação falsa, incorporada na contabilidade daquele comerciante, servindo como suporte de significativas aquisições de vinho. O registo das facturas falsas seria posteriormente usado nas declarações de IVA e terá motivado reembolsos ilícitos daquele imposto. Além disso, as facturas fictícias acabavam por empolar custos e os elementos da Brigada Fiscal estimam que a fraude fiscal gerada por ambos os expedientes atingirá valores nunca inferiores a dois milhões de euros».

Foram também «detidos dois indivíduos por alegada ligação às firmas fictícias», pelo que, além de fraude fiscal qualificada, os cinco são suspeitos de associação criminosa e ainda de introdução fraudulenta no consumo.