Está a ler o arquivo 2005-2009 do Beijós XXI. A partir de 2010, o blogue passou a ser publicado no endereço http://beijozxxi.blogspot.com

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A outra Restauração

Comemorou-se no passado Sábado mais um ano sobre a Restauração de 1640. A celebração é facilitada pelo facto da data do golpe ser precisa, dando facilmente origem a um Feriado Nacional, e por nos termos libertado do país de onde nem o vento é bom, quanto mais o casamento! Não estava cá no tricentenário (foi o dia em que nasceu a minha mãe!), mas espero estar em 2040, para a festa ;)
Da outra Restauração pouco se ouve e pouco se lê. Talvez porque seja mais difícil estabelecer uma data precisa, mas creio que não será essa a razão. A principal razão será porque as elites intelectuais simpatizam com a causa republicana que se associa aos invasores e menosprezam o conservadorismo da Igreja Católica que surge associado aos resistentes e restauradores. Parece-me que pouca gente se deu conta de que em 2007-2008 se comemora (ou deveria comemorar-se!!) o bicentenário da Restauração do Reino de Portugal. A maioria dos países celebra as guerras que causaram maiores danos, é uma forma de manter o sentimento de nacionalidade, homenageando os chamados "mártires da pátria". Ora, esta Guerra da Independência que se travou há duzentos anos matou mais potugueses do que todas as outras (a Guerra do Ultramar, a I Guerra Mundial, os devaneios do Norte de África, a Índia e as escaramuças com Castela) juntas. Como noutras ocasiões (a História repete-se!), o invasor, a pretexto da "Revolução", pilhou, violou e queimou; como noutras ocasiões, o exército português não estava preparado e, enquanto os ingleses não assumiram o papel decisivo, as milícias fizeram o que era possível para perturbar o inimigo. A população civil também se empenhou em larga escala, tendo o ano de 1808 sido marcado por inúmeras revoltas nas cidades a Norte do Mondego.

Durante esse periodo da Guerra da Independência vivia em Beijós um Capitão da 1ª Companhia do Regimento de Milícias de Tondela, a quem a Câmara de Oliveira do Conde passou a seguinte "Atestação" em 1-3-1809:
«Nós Presidente, Vereadores e Procurador Atestamos em como na Feliz Restauração deste Reino vimos o suplicante animando os Povos para recobrarem a sua Liberdade pondo-se a frente deles nas ocasiões em que se dizia sermos atacados pelos inimigos e tomando depois disso todos os actos de bom patriota». Dizia o Capitão de Milícias que «na ocasião em que correu voz vinham os Franceses a destruir as Povoações deste Reino se aprontou o suplicante como chefe animando os Povos para a resistência».
Beijós resistiu. Beijós esteve na Feliz Restauração!

34 Beijos:

beijokense disse...

Haverá um gene castrense? :D

Anónimo disse...

E a estatisticas de Novembro?
Quero ver se me mantenho candidato ao trofeu "Ferreira da Costa" !!

Micas10 disse...

Afinal quem são os descendentes do valente capitão ?

beijokense disse...

:)
São muitos!
Para referir apenas os que usa(ra)m galões, temos os filhos de Albino Marques Peixeira, os filhos de Vasco Rodrigues Nunes e o filho de Júlia Pais.
Mas há outro que, em vez de sabre, usa uma arma não menos causadora de respeito!

P.S. O filho de Mª da Anunciação Abrantes Peixeira também usou galões, mas creio que apenas civis.

António disse...

Qual o nome do Capitão da 1ª Companhia do Regimento de Milícias de Tondela, meu antepassado?

Anónimo disse...

Não está expresso o nome do Sargento Cardoso, que, pelos vistos, também pertencia às famílias Peixeira de Beijós.

beijokense disse...

@António
António Cardozo Ferrão d'Abreu Castello Branco (o mais velho, porque um dos filhos é homónimo).

@Gifted
Os sargentos não usam galões :)
Mas já agora gostaria de saber mais sobre esse sargento Cardoso.

António disse...

Para além de já saber que o Coronel Coelho Marques, o Comandante António Almeida, o Subcomissário Pais do Amaral, entre outros eram meus primos fiquei a saber que o empresário e nosso patrocinador José Simões, também é meu primo, pois a sua bisavó era irmã da minha avó.

António Cardozo Ferrão d'Abreu Castello Branco, julgo que era pai de Ana Castello Branco, portanto tio-avô da minha avó Anunciação.

Anónimo disse...

isto é mesmo um compadrio.

beijokense disse...

ó António, aponta aí:
(no Natal ofereço-te a árvore, para ver se não te perdes)

Ana era tia da tua avó, i.e. irmã da tua bisavó, que se chamava Margarida. Ana e Margarida (tal como João e Adelino, o tal que emigrou há 130 anos) eram filhas de um António Cardozo Ferrão d'Abreu Castello Branco, que por sua vez era filho deste «bom patriota» António Cardozo Ferrão d'Abreu Castello Branco.

Já agora o Zé da naifa não é Simões :\

António disse...

Pois eu sei é José Loureiro, foi um erro do meu computador, já tem uns anitos.

António disse...

GIFTED,
Bem-vindo ao Beijós XXI,
Manda Beijós a toda a Gente.

Willoughby disse...

"António Cardozo Ferrão d'Abreu Castello Branco (Capitão na revolução de 1640?)"
***********
Salvo outro entendimento, já vai sendo tempo de atribuirem o seu nome a uma Rua de Beijós, isto no mínimo.

A Aldeia não possui sequer um monumento e julgo que terá havido, ao longo dos tempos, muitos Beijosenses que se sacrificaram pela nossa terra e outros terão praticado actos relevantes que mereciam ser destacados.

Penso que será uma questão a propor a quem de direito, para que possa ser decidido.

Unknown disse...

os nossos vizinhos cabanenses tomaram ha tempos uma decisao - consensual ou n nao interessa - de alterar alguma da toponimia da vila, ou ate dar nome a ruas ou bacos novos... a verdade é que procuraram dar nomes de cabaneneses ilustres, por algo que tenham contribuido para a sua terra natal... A minha questão é, porque em Beijos nao se faz uma coisa do género??? Porque termos ruas Miguel bombarda, Serpa Pinto.. travessas e Ruas com o mesmo nome, quando se calhar ha beijosenses que merecem estar destacados e receber algum tipo de reconhecimento?

Anónimo disse...

Temos a "Rua dos Defensores da Pátria"....
Vamos criar aqui no Beijós XXI, uma lista de personalidades beijosenses, válidas para serem propostas a nomes de ruas.
Depois, quais as ruas com nomes a alterar.
Em seguida, fazemos umas proposta á Assembleia de Freguesia, com as alterações sugeridas. Que tal?

1ª Sugestão: Rua Capitão Castello Branco.

Anónimo disse...

Ambas as situações estão a ser tratadas o monumento já há muito tempo que existe uma comissão de Ex. Combatentes a tratar disso o nome das ruas vai ser tratrado mas antes da Assembleia terá de ser nomeada a comissão e depois ser aprovada pela Junta.

Diva disse...

Afinal já havia pessoas empenhadas em fazer alguma coisa por Beijosenses que se destacaram na nossa Aldeia ou fora dela.

Porque eu também não vejo que o Dr. Miguel Bombarda ou Serpa Pinto alguma vez tenham passado por Beijós ou tenham tido aqui alguma ligação.

Há outra coisa que eu tenho notado, aliás, noutras localidades, até em cidades eu já verifiquei a mesma coisa. Há uma Rua Miguel Bombarda em Beijós e há outra rua com o mesmo nome em Pardieiros. Isto poderá causar confusões, porque se situam ambas as ruas na mesma freguesia. Será que não terá havido em Pardieiros pessoas que se destacaram, também?

beijokense disse...

@Willoughby
Não é de 1640, a "atestação" é de 1-3-1809

@(Hawk+Ché)76
Então poderíamos ter um membro do Beijós XXI fazendo parte da Comissão; esse membro, em vez de manifestar a sua opinião pessoal, faria eco das sugestões mais consensuais feitas pelos leitores em comentário a um ou mais posts que se criariam para o efeito.
Vale?

Anónimo disse...

40 Anos de Servidao, pag.89+90
Por Jorge de Sena.

A PORTUGAL

Esta e a ditosa patria minha amada.Nao. Nen e ditosa, porque o nao merece.
Nem minha amada, porque e so madrasta.
a pouca sorte de nascido nela.

Nada me prende ou liga a uma baixesa tanta
quanto este arroto de passadas glorias.
Amigos meus mais caros tenho nela,
saudosamente nela, mas amigos sao
por serem meus amigos, e mais nada.

Torpe dejecto romano imperio;
babugem de invasoes; salsugem porca de esgoto atlantico;irrisoria face
de lama, de cobica. e de vileza,
de mesquinhez, de fatua ignorancia;
terra de escravos, cu pro ar ouvindo
ranger no nevoeiro a nau do Encoberto;
terra de funcionarios e de prostitutas, devotos todos do milagre, castos
nas horas vagas de doenca oculta;
terra de hiroes a peso de ouro e sangue,
e santos com balcao de secos e molhados
no fundo da virtude; terra triste
a lus do sol caiada, arrebicada, pulha,
cheia de afaveis para os estrangeiros
que deixam moedas e transportam pulgas,

oh pulgas lusitanas, pela Europa;
terra de monumentos em que o povo
assina a merda do seu anonimato;
terra-museu em que se vive ainda,
com porcos pela rua, em casas celtiberas;
terra de tao sentimentais
que o cheiro de um sovaco os poe em transe;
terra de pedras esburgadas,secas como esses sentimentos de oito seculos,
e patroes, baroes ou condes;
o terra de ninguem,ninguem ninguem:

eu te pertenco. Es cabra, es badalhoca,
es mais de cachorra pelo cio,
es peste e fome e guerra e dor de coracao.
Eu te pertenco: mas ser's minha, nao.

Araraquara 6/12/61

Anónimo disse...

Fresquinhas da Assembleia da Junta: Foi criada uma comissão para atribuir/rever nomes de ruas da freguesia.
O contributor, Vitor Peixeira Marques faz parte, pode ser esse veiculo.

Anónimo disse...

Será complicado alterar nomes de ruas (devido aos documentos existente, registos, etc), mas há ruas, travessas, becos, sem nome que poderão passar a ter e o Beijós XXI pode contribuir com suges´~oes.

Micas10 disse...

Dar nome a uma rua é interessante, mas complicado pois não se fazem ruas todos os dias.

Felizmente que existe o Beijós XXI para dar visibilidade aos beijosenses que se destacam pelas seus valores e sobretudo pelas suas acções.

Que tal fazermos uma concurso Grandes Beijosenses,tipo Grandes Portugeses ?

O regulamente é sobejamente conhecido e fácil de copiar. De uma longa lista apresentavamos as biografias (e fotos) dos 10 primeiros e depois faziamos uma votação, on-line no Beijós XXI mas também presencial na Associação.

Assim, todos ficaríamos a conhecer melhor os feitos dos nossos ilustres, e mesmo os "perdedores" ganhariam maior visibilidade e notariedade, passando a servir de exemplos para todos nós.

beijokense disse...

Eu critiquei sistematicamente o concurso da RTP, e não vejo grandes vantagens em reproduzi-lo :\

Agora quanto ao «Beijós XXI para dar visibilidade aos beijosenses que se destacam pelas seus valores e sobretudo pelas suas acções», claro que é (e já tem sido) um importante contributo deste blogue.
Na minha opinião, antes de chegarmos a uma votação, haveria que encontrar quem tenha tempo e vocação para investigar sobre figuras pouco conhecidas. Passo a exemplificar:

1. Houve um Jacinto de Ornelas que foi presidente da Câmara do Carregal; creio que terá sido o beijosense que referi aqui, mas será preciso confirmá-lo.
2. Houve um Pe. Luis Coelho que se destacou na luta liberal da década de 1830, mas seria preciso estudar uma série de docs. da época para perecebermos o seu verdadeiro contributo.
3. Silvério Coelho Pais do Amaral foi um político local de prestígio, mas ter-se-á devido este a "obra feita" ou ou simples facto de ter casado com a neta do Visconde de Midões, membro da Junta de 1820?
4. Durante o Estado Novo, houve 3 Presidentes de Junta que exerceram o cargo durante largos períodos -- Marcelino Martins, Agostinho Carvalhal e António da Silveira; podemos compilar os seus feitos para ver se algum deles merece um nome de rua?

beijokense disse...

Hawk76 disse: «Será complicado alterar nomes de ruas (devido aos documentos existente, registos, etc)».
Concordo, mas e se os próprios moradores da rua forem favoráveis à alteração?

Willoughby disse...

"António Cardozo Ferrão d'Abreu Castello Branco"
**************
Peço desculpa!
Agora já percebi que foi Capitão nas campanhas contra as invasões francesas - Guerra Peninsular > 1807 - 1810).

Willoughby disse...

Penso que ainda há Ruas sem nome, em Beijós.

Por exemplo:

Aquele impasse(:D) que liga o Rego dos Frades à Tapada, que substituiu a Estrada Nacional 337, enquanto arranjaram a Ponte do Pisão, que nome é que tem?

Penso que um Capitão, dos anos 1807 - 1810, merece uma Rua ou Avenida comprida!:)))

Willoughby disse...

Será que já tem nome a estrada que parte de junto da casa onde nasceu Angelina de Sousa Mendes, para a Cordoira, já lá estão pelo menos duas casas a da Júlia e a da Idalina.

A Estrada que liga Beijós a Canas de Senhorim, entre a Igreja e a Beiçoinhas poderia chamar-se "Rua da Saudade".
Este nome ficaria muito bem neste espaço, uma vez que também já ali há pelo menos dois moradores.

A Estrada da Lampaça/Brejo, também ainda não tem nome e já tem alguns moradores, com probabilidades de vir a ter muitos mais em direcção à Lameira.

Além disso, a Rua Abade Pais Pinto começa no Povo D'Além e onde é que termina? Pode-se muito bem, a partir da Ponte do Pisão, ser-lhe dado outro nome, se ainda não foi atribuida qualquer designação àquele espaço da EN nº. 337.

Não faltará espaços para colocar os nomes dos Beijosenses.

Salvo outro entendimento, a Junta de Freguesia de Beijós poderá ir organizando a relação de nomes de pessoas para atribuir a cada novo arruamento que vá surgindo na Nossa Aldeia.

Anónimo disse...

Beijokense, a comissão poderá propor á assembleia de freguesia e posteriormente á municipal, mas mesmo que seja vontade dos habitantes, não garante que a alteração sugerida seja aceite, pelas entidades envolvidas.
Veremos....

Anónimo disse...

Hawk 76,1º não á Assembleias da Junta á Renuniões da Junta, a Assembleia é de Freguesia, a Junta tem Reuniões a Assembleia tem Sessões, 2º não se aprova na Assembleia Municipal quem delibera sobre a alteração de nome ou novo nome das ruas é a Câmara Municipal sobre proposta da junta de Freguesia, 3º eu faço parte da comissão como Secretário da Junta de Freguesia e não como contributor do Beijós XXI esse terá de ser outro.

António disse...

Fui informado este fim-de-semana que António Cardozo Ferrão d'Abreu Castello Branco, casou com Dona Maria Joana de Abreu, que tiveram vários filhos, dos quais João Cardozo Castello Branco casou com Dona Maria seu filho o Dr. Deus Dado. Foi também filha de António Cardozo e D. Maria Joana de Abreu, Margarida Perpétua de Abreu que casou com Agostinho Marques Peixeira, que tiveram 10 filhos dos quais, Maria da Anunciação que casou com António Rodrigues Nunes e tiveram três filhos: Camila dos Anjos Nunes, Maria da Paz Nunes, Vasco Rodrigues Nunes e Alda Augusta Vitória Nunes.

António Rodrigues Nunes N22DEC1891 e M12DEC1981; Maria da Anunciação Nunes N14JUL1888 e M12SET1975.

Margarida Perpétua de Abreu era sobrinha de António de Sousa Marques, Abade Acipreste. Margarida Perpétua de Abreu era ainda, irmã de Ana Cardozo Castello Branco que casou com josé Marques Caldeira.

beijokense disse...

António:
Estranho que tenhas sido informado apenas este fim-de-semana. Julgo que há muito te enviei uma árvore com alguns dos teus antepassados onde constava esse António de que falas e o seu pai, que é objecto deste post. Julgo mal? :)

Consulta isto

beijokense disse...

E, já agora, isto :)

António disse...

Muito interessante.

Como é que se pode actualizar os dados.

Tenho as datas de nascimento e de óbito de António Rodrigues Nunes, de Maria da Anunciação e as datas de nascimento de Alda Augusta Vitória Nunes e seu marido João da Cruz Pereira.

António disse...

á já agora, ficaste de mandar a minha árvore genealógica, fico à espera.

Obrigado

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