"O Castro de Beijós"
Texto enviado por António Abrantes
O Castro de Beijós
Há uns meses atrás, o jornal “Canas de Senhorim”, publicou uma entrevista com o Professor Senna Martinez, arqueólogo da Universidade de Lisboa e que dirigiu, durante vários anos, as escavações no Outeiro dos Castelos, em Beijós. Nessa entrevista o nosso bem conhecido arqueólogo falava claramente do “Castro de Beijós”.
Conhecia esta designação de “Castro de Beijós” de escritos anteriores do Professor Martinez e, por isso, estranhava e estranho que a Câmara Municipal continue a usar a designação “vestígios de fortaleza” (tanto quanto sei) quando, a meu ver, devia falar do “Castro de Beijós”.
Não acredito que seja intencional. Porém, na prática resulta um claro rebaixar da importância de um facto histórico que considero relevante para o concelho e para toda a região, tanto mais que os vestígios de Castros são muito raros em toda a Beira Alta.
Talvez não haja, num raio de vinte ou trinta quilómetros, outra povoação que se possa orgulhar de ter sido um Castro alguns milénios atrás e que tenha sido, também, berço da importante civilização castreja característica do noroeste da Península Ibérica e da Europa.
Não temos restos de muralhas nem outras grandes construções muito antigas para mostrar aos mais incrédulos ou distraídos. Porém, os especialistas afirmam-no e o importante e valioso espólio encontrado no Outeiros dos Castelos (ver Museu de Carregal do Sal) parece não deixar margem para dúvidas.
António Abrantes
PS: Parabéns ao beijokense pela reportagem do Museu e por falar em “Castro do Outeiro dos Castelos”.
Texto enviado por António Abrantes
Links:
10 Beijos:
Muito interessante
Seria interessante saber mais sobre a época e a civilização a que pertenceu o Castro de Beijoz
Beijós
Mais uma razão para visitar Beijós
Beijoz é melhor marca para marketing internacional, que diga o Beijokense
Ainda que assim seja, não é correcto adulterar o nome da nossa terra.
@Hawk76
A 1ª vez que escrevi o nome da nossa aldeia, foi com a grafia BEIJOZ - copiei de um carimbo dos CTT, que viria a utilizar durante bastante tempo... não entendo porque achas que é adulteração...
@Micas10
Por outro lado, Beijós pode aproveitar a 'natural' associação a beijos (?)
@todos
Como referi nesta ocasião, estima-se que o castro albergasse entre 600 a 800 hab., i.e. aprox. a mesma população que hoje reside em toda a aldeia!
Dentre os que se conhecem, é o 3º maior da Beira Alta e pensa-se que foi um importante centro na região entre Vouga e Mondego.
beijokense, o comentário não se dirigia ati, mas á micas.
e não me recordo de usares essa designação...
Não uso essa grafia, a não ser no TrekEarth.
A grafia não é importante, o importante é a fonia, que se mantém desde o registo escrito mais antigo que conheço.
Se defendo a designação de "Castro" em vez de "fortaleza", como aparece referido no site da Câmara Municipal, não é por uma questão de bairrismo barato.
A reafirmação de beijokense de que o Castro de Beijós teria atingido a cifra de 600 a 800 babitantes e de ter sido "o 3º maior na Beira Alta" reforça o que pretedo dizer no meu artigo que é o de que não se tem valorizado devidamente esta questão.
Não pretendo meter foice em seara alheia, ou seja, não pretendo entrar em áreas que não domino. Simplesmente, a meu ver, os dados dizem-me que o Castro de Beijós pode ter uma importância histórica muito maior do que aquela que "oficialmente" lhe é atribuida.
Mas vamos ver o que se poderá esclarecer no futuro.
O Roteiro do Museu emprega a designação «Castro do Outeiro dos Castelos de Beijós» (p. 59)
Concordo com a necessidade de valorizar, faz parte das minhas reivindicações ao 'Governo'. Note-se que este património foi objecto do meu 2º post neste blogue em 16/10/2005 (o 1º foi sobre a origem toponímica).
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