A Casa do Cônsul Aristides de Sousa Mendes
Soares Rebelo escreve sobre a Casa do Passal - Cabanas de Viriato, no Diário as Beiras Online
"É sempre com o maior prazer que passo por Cabanas de Viriato. (...)
No encanto da chegada caldeia-se de pronto o desgosto pelo desprezo a que continuam votadas as ruínas da casa daquele que foi um dos nossos heróis no decurso da II Guerra Mundial – Aristides de Sousa Mendes. A recuperação do imóvel tem sido constantemente prometida. Em 2000, seria inclusivamente constituída, com presidência da ex-primeira dama Maria Barroso, a Fundação Aristides de Sousa Mendes, e não só com esse objectivo – ainda, o de transformá-lo num museu em memória do diplomata.
Qual quê! Invocando escassez de meios financeiros, a instituição limitar-se-ia a adquirir, por 600 mil euros, no ano seguinte, com apoio do Ministério dos Negócios, o vetusto edifício, construído há cerca de século e meio e conhecido em toda a região beirã como Casa do Passal. E lá está: os anos foram passando, a degradação avolumou-se, qualquer intervenção vai ficando, obviamente, cada vez mais cara. O edifício, classificado, finalmente, em Fevereiro de 2005, como Monumento Nacional, passou por vários proprietários e pelas mais diversas funções.
(...) a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais propôs-se elaborar, através da sua Divisão de Monumentos de Coimbra, o indispensável projecto de obras e musealização. Que as conclusões não tardem. A reabilitação da Casa do Passal é tarefa de que, quem de direito, não poderá omitir-se por muito mais tempo. Existe, aliás, espólio bastante para fazer dela um pólo de valorização dos feitos de um homem que, enquanto cônsul-geral de Portugal em Bordéus, conquistou os favores da história ao salvar a vida de milhares de pessoas perseguidas pelo regime nazi, passando-lhes vistos de trânsito para poderem abandonar a França.
A musealização do imóvel não nos orgulharia, aliás, apenas a nós, portugueses – não deixaria igualmente indiferentes todos quantos estão ligados aos mais de 30 mil refugiados que o corajoso diplomata, contrariando as próprias instruções de Salazar, impediu que fossem levados para os campos de extermínio hitlerianos. São necessários, obviamente, alguns milhões de euros. Há, todavia, uma significativa dívida de gratidão – e sem preço – a pagar à memória de Aristides de Sousa Mendes. Saibamos honrá-la."
Qual quê! Invocando escassez de meios financeiros, a instituição limitar-se-ia a adquirir, por 600 mil euros, no ano seguinte, com apoio do Ministério dos Negócios, o vetusto edifício, construído há cerca de século e meio e conhecido em toda a região beirã como Casa do Passal. E lá está: os anos foram passando, a degradação avolumou-se, qualquer intervenção vai ficando, obviamente, cada vez mais cara. O edifício, classificado, finalmente, em Fevereiro de 2005, como Monumento Nacional, passou por vários proprietários e pelas mais diversas funções.
(...) a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais propôs-se elaborar, através da sua Divisão de Monumentos de Coimbra, o indispensável projecto de obras e musealização. Que as conclusões não tardem. A reabilitação da Casa do Passal é tarefa de que, quem de direito, não poderá omitir-se por muito mais tempo. Existe, aliás, espólio bastante para fazer dela um pólo de valorização dos feitos de um homem que, enquanto cônsul-geral de Portugal em Bordéus, conquistou os favores da história ao salvar a vida de milhares de pessoas perseguidas pelo regime nazi, passando-lhes vistos de trânsito para poderem abandonar a França.
A musealização do imóvel não nos orgulharia, aliás, apenas a nós, portugueses – não deixaria igualmente indiferentes todos quantos estão ligados aos mais de 30 mil refugiados que o corajoso diplomata, contrariando as próprias instruções de Salazar, impediu que fossem levados para os campos de extermínio hitlerianos. São necessários, obviamente, alguns milhões de euros. Há, todavia, uma significativa dívida de gratidão – e sem preço – a pagar à memória de Aristides de Sousa Mendes. Saibamos honrá-la."
excerto de texto de Rebelo Soares in: as Beiras OnLine
7 Beijos:
O simbolo que e o presidente da republica em Portugal.
Quando foi primeiro ministro, disse
em Mangualde, desobedeceu so teve o que mereceu.
De certo que vomiitou, atraves do seu rir de escarnio, com o qual fala ao povo.Nada fez e os outros agora nada faram. A casa do Passal, que albergou em horas dificeis, refugiados da II Guerra.
A degradacao continua, Para espelho dos governantes que
Portugal teve e tem.
boa carlitos.
Vamos todos votar, pode ser que conseguimos todos juntos fazer algo.
eu já votei
agora é a vossa vez.
de facto merecia Carlitos mas depois se calhar a escolha vai para o Mário Soares ou outros como ele.
Eu se votasse, só o faria numa figura da época em que Portugal foi uma potência mundial. Nesse tempo houve grandes Portugueses. Antes ou depois. pode ter havido Grandes Homens/Mulheres em Portugal, mas nenhum dos seus feitos é comparável.
Para votar nos Grandes Portugueses ver http://amigosdesousamendes.blogspot.com
ou na RTP http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/
Talvez estes artigos e votações sirvam para mobilizar e alinhar as vontades, até agora tão desalinhadas, para a criação do Museu Sousa Mendes aqui ao lado em Cabanas de Viriato.
Dizer, mais uma vez, que "não há dinheiro" pouco adianta. Devemos confiar que havendo projecto,havendo equipa, havendo vontade e havendo consenso, o dinheiro haverá também de aparecer.
Seria importante homenagear a nossa conterrânea com uma Rua Angelina de Sousa Mendes em Beijós. Ver http://amigosdesousamendes.blogspot.com/2006/09/rua-angelina-de-sousa-mendes.html
Tanto Aristides como Angelina, que eram primos direitos, tinham antepassados beijosenses, e os seus 2 primeiros filhos nasceram em Beijós.
A Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, foi uma das instituções recentemente encerradas pelo Governo.
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