11 de Setembro - 24 anos depois da tragédia

Já passaram 24 anos desde o maior acidente ferroviário em Portugal, dois comboios chocaram na linha da Beira-alta, Alcafache.

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O acidente foi recordado com uma missa campal realizada no local da tragédia, onde estiveram sobreviventes e famílias das vítimas mortais, que nunca se chegou a saber quantas foram.

Duarte Correia, natural de Aguieira, Nelas, entrou no comboio sud-Express com destino a Paris. Tinha entrado na composição na estação imediatamente antes e ainda estava à procura do melhor conforto quando de repente sentiu 'um forte estrondo' e as carruagens a saírem dos carris e a incendiarem-se. 'Foi uma coisa horrorosa. Muitas pessoas ficaram esmagadas no ferro, outras foram cuspidas e arderam como um fósforo', descreve o ex-emigrante na Alemanha, acrescentando:'Consegui saltar por uma janela e depois desmaiei porque não aguentei ver aquele horror'.

José Silva, de 71 anos, viajava no comboio que seguia em sentido contrário, em direcção a Coimbra. Encontraram-se ontem de novo e reviveram um acontecimento que lhes marcou a vida. 'Nunca se pode esquecer uma tragédia desta dimensão', adiantou o sobrevivente.

Dezenas de pessoas voltaram a Alcafache, onde homenagearam as vítimas com uma missa campal e voltaram a testemunhar a tarde trágica de 11 de Setembro de 1985.»

Fonte: Correio da manhã