"O Livro da Minha Vida" - Eulália Rosa dos Santos - 10
25 de Abril
Ó 25 de Abril
Não me sais da lembrança
fizeste crescer o ódio
a raiva e a vingança
Os homens do 25 de Abril
não sei se foram condecorados
por desfazerem o que estava feito
e fazerem golpes de Estado
Ó 25 de Abril
eives-te uma grande manobra
que me fica sempre na ideia
e fica gravado na história
O tempo foi passando
no meio de apertados laços
e fica gravado
o ano de 1974
Há muita gente com dom
sua presença não vale nada
o que seria de mim
se não fossem as Forças Armadas
Eu hoje estou no presente
o passado já lá vai
eu também seria um homem
com a ajuda de meu pai
Ó ponte sobre o Tejo
muito tenho para te dizer
mudaste o teu nome numa noite
levaste anos a fazer
Ó meu Portugal
onde está o teu segredo
nós fomos ameaçados
com a oferta do Campo Pequeno
Gostava de ser fadista
cantar os meus fados nem todo o mundo
derivado à ignorância
caímos num abismo profundo
Também gostava de ser Homem
mas calhou a ser mulher
que eu dava a Portugal
aquilo o que o povo quer
Unidade, unidade
unidade e união
onde está a unidade
está no povo cristão
Falam do capitalista
mas a mim não me importa
não falam nas dificuldades de cada um
Nem do mendigo que bate de porta em porta
também falam dos latifúndios
não sei o que lhes aconteceu
é um mal pegadiço
não falam num pobre como eu
Também falam nos monopólios
porque têm muito dinheiro
não falam no pequeno e médio agricultor
nem em mim que sou rendeiro
Ó minha querida Pátria
o amor em ti se desola
que veio o 25 de Abril fazer
deixar Portugal a pedir esmola
Ó meu pequeno Portugal
que não me sais do sentido
num país que se aperta na mão
p’ra que é tanto partido
Ó meu Portugal
abençoado pelo senhor
que exista entre os homens
paz, justiça e amor.
Ó minha querida Pátria
as saudades te contêm
senhor primeiro ministro
não se iluda com ninguém
Quantas ruas tem Lisboa
qual será a mais estreita
senhor Presidente da República
o norte não quer ditadura
O meu jardim de Portugal
gabado pelos estrangeiros
que eu dou o meu apoio
ao senhor doutor Sá Carneiro
Ó meu lindo Portugal
tens nome muito belo
também dou o meu apoio
ao senhor General Galvão de Melo
Como é que tem lutado
trabalha com certeza
sente amor dentro de si
pela Pátria Portuguesa
Portugal sofreu um pouco
que era bem escusado
quem sofre as consquências?
somos nós com os retornados.
Regressaram à sua terra
muitos cheios de desgosto
deixaram nas outras terras
o seu maior conforto
Quantos se sentaram a uma mesa
sem nada lhes faltar
talvez Portugal
terá de mendigar
Tudo isto vai passando
queira Deus que corra bem
que tudo foi causado
digo eu não sei por quem
(continua)
3 Beijos:
O PREC em poesia popular :0
Lindos versos para comemorar o Dia Mundial do Livro e o 25 de Abril.
Beijokense o pior vem a seguir:)
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