A agricultura tem mais possibilidade que as obras públicas para responder ao desemprego e ao défice de comércio exterior, segundo João Salgueiro, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB).
Falando no seminário «A Agricultura Portuguesa e a Reforma da PAC", organizada pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) segundo reportou a Lusa, João Salgueiro referiu que haverá mão-de-obra disponível para a agricultura devido à crise económica.
Mas Pedro Ferraz da Costa, da
Confederação da Indústria Portuguesa, disse que existe «pouca organização dos mercados» que permita a «apropriação do valor que a agricultura é capaz de criar», por isso, «actuações concertadas poderiam aumentar o rendimento recebido pelos produtores».
Leia-se faltam as cooperativas e agrupamento de exportação que funcionam noutros países.
Falta ouvir os próprios. Que dizem os agricultores de Beijós e da região do Dão, de entre as serras?
Será que a agricultura consegue ultrapassar os problemas estruturais persistentes para dar trabalho aos portugueses e concorrer com os espanhóis, os franceses, os romenos?
5 Beijos:
Beíjós tem um potencial agrícola enorme. Mas será que o aproveita?
A paisagem é dominada pelas duas bacias hidrográficas da Ribeira do Pisão e da Ribeira de Beijós, ou de Travassos, alimentadas por vários pequenos ribeiros que descem as encostas relativamente suaves permitindo, pelo caminho, formas de irrigação por gravidade usando um sistema de levadas (várias dezenas) e pequenos canais formando uma rede de vários quilómetros de extensão, hoje quase totalmente desaproveitados.
A rede de levadas, barbacãs, regos ou canais ao logo destas duas ribeiras e seus afluentes representa uma obra rústica colossal, esforço dos nossos antepassados. Foram gerações e gerações, milhares de anos a moldar a paisagem mas sempre enriquecendo-a, fazendo de Beijós um verdadeiro celeiro de entre o Dão e o Mondego.
As várias dezenas de moinhos de cereais movidos a água, a maioria parados e até em ruínas, bem como os vários lagares de azeite, também movidos a água mas todos (ou quase) desaparecidos ou até os pisões de pisar o linho com se teciam os lençóis, as toalhas, as camisas ou a simples mortalha. Tudo se produzia, tudo vinha da terra e... tudo à terra voltava.
Mas Beijós, hoje, tem um problema: é a excessiva divisão da propriedade rústica, que não é apenas, característico de Beijós.
A propriedade demasiado repartida em parcelas de pequena dimensão torna dificilmente rentáveis com a maquinaria cara e os preços dos produtos da terra ainda subvalorizados.
Como resolver esta dificuldade? Como tirar partido desse potencial agrícola nas condições de produção e de mercado que se conhecem?
a solução da agricultura em BEIJÓS passa pela criação de um banco de terras.
Saída da crise passará pela agricultura?!
Que raio de gente tem este país?
Se isso é verdade, será melhor imigrarmos todos e deixarmos crescer o mato até à quebra das ondas da praia, ou então, procurar políticos com ideias realistas e exportar os sonhadores, e outros, que nos têm causado tantos males.
Os apoios últimamente prestados à agricultura, forjados por políticos irrealisticamente sonhadores, sem pensar nas consequências dos seus sonhos, conduziram a agricultura Beirã à cova.
Nós, não temos que copiar tudo dos espanhois, dos franceses ou dos romenos; temos sim que pensar na nossa realidade e, dentro dela encontrar a forma de dar condições aos agricultores para viverem dignamente no meio deles.
Gostei das bocas de Pedro Ferraz da Costa ao falar de cooperativas e de agrupamentos de exportação:
Na nossa região predomina o minifundio onde,isoladamente, ninguém consegue exportar nada. Trabalhar para ficar com os produtos em casa, não é sobrevivência de ninguem. É necessário vendê-los para ver proveitos do trabalho.
É muitíssimo triste concluirmos que apenas nos anos 60 e 70 se desnvolveu um sistema cooperativo para dar resposta a estes problemas que, no contexto actual estão já, estatutáriamente desactualizados. Não sei porque razão após tantas governações se continua com as regras estatuárias daquele tempo:
Será que se pretende desacreditá-las?
Será que é para facilitar a vida a outra gente?
Será que vai tudo para a praia e a agricultura não faz sentido?
Será que é para desmoralizar quem trabalha semeando-lhe javalis, num sonho ignorante e obsecado de que isso será um investimento turistico que, no meio do matagal trará melhor receita ao país, admitindo que a alimentação dos javalis será exclusivamente o mato? Só de doidos!!. Será que também ninguém se lembra, ao defender uma florestação apenas com madeiras nobres, o que é bom, que estas levam uma vida para dar proveitos e que ninguém consegue viver uma vida sem dinheiro para comer?
Não sei de que os agricultores Beirões podem esperar de ministros que tanto se envaidecem da sua tão notória ignorância.
Sinto-ne revoltado por ter nascido num país que, na realidade, tem potêncial agricola e quando chego a um supermercado, vejo que os produtos de origem portuguesa é quase zero. Porra!.Porque somos nós um país que não produz sequer para comer?
Não podemos esquecer que para produzir, é necessário existirem regras que estimulem a vontade de produzir.
Melro (de bico amarelo),
Bem-vindo ao Beijós XXI,
Manda Beijós a toda a Gente.
Outro guru Jim Rogers, um bilionário que se mudou para a China para os filhos aprenderem Mandarin, o idioma do futuro,também diz que o futuro está na agricultura, VER http://link.brightcove.com/services/player/bcpid1184614595?bctid=14510970001
Ele diz que os comerciantes e financeiros vão ceder o protagonismo aos produtores, incluindo os agricultores.
Claro que no VENDER é que está o GANHO.
E vender exige cada vez mais economias de escala. Pode haver pequenos produtores, como as fábricas ou os aviários, mas não há pequenos vendedores, há sim as grandes marcas como a ZARA a AVIBOM, etc.
Se "nós os portugueses" somos tão desconfiados que não conseguimos colaborar para criar cooperativas de comercialização, estaremos condenados a ficar sempre na cauda da Europa?
Na Holanda, 70% da produção agrícola é comercializada através de cooperativas.
Mas o holandeses seguem o "polder model" de consenso e colaboração para se protegerem das marés do Mar do Norte.
Mas isso é outro tema ...
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