Está a ler o arquivo 2005-2009 do Beijós XXI. A partir de 2010, o blogue passou a ser publicado no endereço http://beijozxxi.blogspot.com

quarta-feira, 2 de julho de 2008

O percurso da controvérsia

Este ano a festa de São João não foi consensual. Muitos moradores não gostaram do percurso adoptado pelo padre da freguesia para a procissão, referindo a autoridade dele, que encurtou a extensão do caminho a percorrer. Este encurtamento consistiu em que a procissão:
- não seguisse até ao extremo de Beijós no Lugar d'Além, e em vez disso virasse na Rua de São João;
- não fosse até ao Serradinho, e seguisse pela Calçada do Areal em direcção à Defensores da Pátria;
- não fosse até ao extremo da Miguel Bombarda (Bairro do Moinho), e seguisse logo em direcção à igreja na saída da Defensores da Pátria para a Miguel Bombarda.
Os mordomos chegaram então a ser ameaçados com cortes do trajecto que teriam efeito durante a procissão, tendo sido chamada a GNR, que esteve presente em Beijós no dia 24. A Junta de Freguesia lançou dias depois um comunicado, em que afirmou nada ter a ver com a chamada da GNR:

“Comunicado

Comunica-se a toda a população que a junta de freguesia de Beijós não teve qualquer envolvimento na chamada das forças de segurança (GNR) para a festa de S. João, padroeiro da nossa freguesia, realizada no dia 24 do corrente mês.

Mais informamos que apesar de zelarmos pelo bem-estar de pessoas e bens, como é o nosso dever, não temos intervenção directa com a realização de festas e romarias, ou outras realizações que sejam feitas por grupos ou instituições, ficando esse dever a cargo dos seus responsáveis.

Secretaria da junta, 27 de Junho de 2008

O presidente da junta,

Agostinho Marques Nascimento”.

23 Beijos:

Carlos Peixeira Marques disse...

Atendendo aos seguintes efeitos da redução para metade do percurso da procissão:
1. O pároco fez um esforço muito inferior ao que vinha sendo exigido nos anos anteriores, sendo justo que tenha feito proporcional redução no preço dos serviços prestados;
2. A banda actuou durante menos tempo e os músicos fizeram também muito menor esforço;
3. Os colaboradores com direito a lanche gastaram menos calorias e, consequentemente, consumiram menores quantidades de comes e bebes;

Venho por este meio solicitar a devolução de parte do meu donativo, de forma proporcional à redução de custos :D

Anónimo disse...

Pessoalmente, sou a favor da redução do percurso.
Só quem experimenta carregar com um andor durante toda a procisão, sabe o que isso custa, tive esse "privilégio" no ano passado e foi duro. Para alem disso, ainda me apercebi que várias pessoas sairam da procissão ao fundo da Rua do Serradinho, para nos esperarem junto ao talho, no fim da Defensores da Pátria, igual cenário, enquanto os "carrega-andores" e mais alguns devotos foram dar a volta a uns barracões, outros (certamente cansados) aguardaram junto ao Calhau....
Onde estava a devoção? E se calhar alguns desses, foram os que se manifestaram para manter o trajecto habitual....
Os criticos desta medida farão, porventura, parte do grupo que só vai á missa em dias festivos e aproveita as procissões para ir molhar o bico a casa de um ou outro amigo, ou que nunca (ou quase) contribui para as actividades religiosas.
Obviamente haverá excepções e toda a gente tem direito á sua opinião (e eu apenas estou a dar a minha), mas quando misturamos religião e actos extremistas........o resultado é sobejamente conhecido.

Anónimo disse...

Subscrevo o primeiro comentário.
As pessoas deviam ter conhecimento com antecedência em vez de serem apanhadas de surpresa pouco tempo antes do evento.

Unknown disse...

eu nao subscrevo o 1º mas subscrevo o 2º..inteiramente.....nao percebo o k é k a reduçao da procissão leva à redução nos custos...já que as bandas levam o mesmo dinheiro quer façam 3 ou 4 ou 5km.....há bandas que se recusam a vir a Beijós devido ao tamanho da procissão!!!! Eu manifesto também a minha opinião. Acho k vale mais a qualidade do que a quantidade como se costuma dizer!A maior parte do trajecto anterior - que não e original já que foi aumentado há 40 anos atrás dizem os mais antigos - era apenas feito pela banda, o paroco e os «carrega andores»...o resto fazia paragens, curiosamente nos pedaços que foram retirados...quase ninguém vinha ao bairro do moinho, quase ninguem ia ao serradinho etc...
Nunca se consegue agradar a gregos e troianos e aqui no Beijos XXI ja se viu isso montes de vezes....a solução seria fazer um inquerito a toda população e acatar a decisão da maioria...
Mas este ano já está e foi assim....quem cá estiver ara o ano verá!

Nuno disse...

Mas bunny, isso da redução dos custo da banda... parece-me ser só um pouco de ironia =)

Carlos Peixeira Marques disse...

Antes que mais alguém subscreva o meu comentário, esclareço que termina com :D, o que significa uma grande gargalhada. Não é, por isso, para ser levado a sério!!
Pessoalmente, estou-me nas tintas para o percurso, tanto me faz a versão 2007, a versão 2008, ou 3 voltas à Igreja, participo (se estiver em Beijós em 24-Jun, o que é raro) com a mesma falta de devoção.
Há procissões maiores, há mais pequenas. O argumento de ser difícil encontrar bandas por causa do percurso é muito estranho... informem-se sobre o percurso desta procissão e perguntem se há alguma banda que se recuse a fazê-la!!!

Há, no entanto, um aspecto do meu comentário que, na minha opinião, não merece tão sonora gargalhada - eu dou um donativo porque a festa é "do povo" e, por isso, há mordomos que representam "o povo" e fazem um enorme esforço para manter "a tradição". No fim de contas, uma parte desse donativo reverte para uma organização religiosa e não para "o povo". Assim, talvez fosse melhor que a festa fosse da responsabilidade da organização religiosa que, não emanando do "povo", teria toda a legitimidade para decidir sobre todos os assuntos relacionados com os festejos. Era assim há 100 anos.

Anónimo disse...

Caro Hawk, pelo que posso depreender pelas tuas palavras só os "religiosos" que vão com toda a devoção na procissão é que têm voto na matéria, os outros mesmo fazendo uma escapadela numa adega qualquer já não têm.
Podes crêr que a festa de São João é mais que uma simples festa religiosa por tudo que envolve e posso te dizer se estivesses á espera desses devotos.......

Anónimo disse...

Por acaso não tinha visto o comentário anterior, mas desculpa lá mano, desta vez vou ter que o subscrever totalmente.

Anónimo disse...

Caro Ché, depreendes muito bem.
A festa de S. João é uma festa religiosa. Que há pessoas menos devotas ou religiosas a participar (activa ou passivamente) é uma verdade (tu e eu somos o exemplo), mas é, sem qualquer margem de manobra uma festa puramente religiosa. Embora se houver lucros revertam para a Igreja, ou prejuizos para os organizadores, as autoridades religiosas têm autoridade sobre as decisões.
Como certamente les-te no meu comentário anterior, opinião todos devem ter, voto na matéria, não.
As caracteristicas da festa, são e devem ser traçadas pela Igreja, aos mordomos e população resta aceitá-las (mesmo com opinião contrária), ou não participar.
Sem Igreja, santos, andores, padre, não há festa de S.João.
Sem mordomos, população descontente ou sem contribuir, foguetes, banda, vinho, tremoços, porcos no espeto, etc, a festa de S. João continuará certamente a existir.

Anónimo disse...

Tambem concordo com o comentário do Carlos.

Anónimo disse...

Resumindo e concluindo já nem a festa do S. João é o que era!!!!!!!!!
Eu também "carreguei" com o andor muita vez e confesso que não me custou nada.
É assim que as coisas começam a morrer.
Espero que não

Anónimo disse...

Desculpa mas não posso concordar, a responsabilidade da festa é por inteiro dos Mordomos em tudo, desde contratar e pagar até ainda pior se houver algum problema com foguetes ou outra coisa qualquer são eles que têm que responder por isso não é a Igreja, e depois os Mordomos não têm voto na matéria?
Então a igreja que faça a festa e aí assume por inteiro toda a responsabilidade, assim passa a ser uma festa puramente religiosa.
Como diz a Isabel Clara é assim que as coisas começam a morrer.

Anónimo disse...

Caro Compadre um dia quando fizeres a festa falamos.

Anónimo disse...

Caro amigo, concordo que pode ser ingrato para os mordomos, mas a festa é religiosa...
Se houver uns mordomos que queiram passar com a procissão no Deldoreto, deverâo ter esse poder?
Se apetecer fazer um baile no Adro, poderão fazê-lo?
Se a festa fosse realizada de acordo com a vontade dos mordomos, seria certamente degradante e a haver lucros, possivelmente iriam parar aos bolsos de alguns.
Possivelmente as coisas começam a morrer, mas por haver desinteresse (a prova disso foi haverem apenas 2 mordomos nos 2 ultimos anos), não certamente porque a procisão ser mais curta, que é disso que estamos a falar.

Anónimo disse...

Eu não estou a dizer que é ingrato, só que os mordomos tb têm uma palavra a dizer, ou não?
O que eu quero dizer nisto tudo e aliás o que tem sido falado é que a festa não pode ser olhada simplesmente pela parte religiosa, quem conseguir aproximar todas as partes e fazer uma festa religiosa e tb para o povo a festa irá ter sucesso, se a festa enveredar apenas pela parte religiosa a minha opinião é que mais ano menos ano acaba e faz-se apenas uma simples procissão igual a todas as outras que se fazem durante o ano.

Anónimo disse...

Esta é apenas a minha opinião, porque tudo que envolve a festa sem ser a Hora da Missa e Procissão, devia ser preservado (Tremoços, vinho, Sardinha, roubar Vasos, mastos etc..., e podem crêr que a grande parte dos donativos é tb para não deixar morrer essa parte, mas como diz o outro a minha parte já está feita quem vier agora que feche a porta.
E já agora sobre o percurso que é o tema do Post é discutivel como vai ser sempre discutivel todas as alterações que vão fazer futuramente, como por exemplo para mim a festa deveria ser sempre no fim de semana seguinte ao dia 24, penso que era outra coisa.

Carlos Peixeira Marques disse...

Pensava que já tinha dito tudo sobre este assunto, mas, perante a insistência de Hawk76 de catalogar esta festa como religiosa, tenho de dizer algo mais...

À 1ª vista, 24-Jun celebra o nascimento de João Baptista, certo? O problema é que ninguém sabe quando o dito nasceu, nem sequer o ano, quanto mais o dia! O mesmo se passa com Jesus de Nazaré.
Na Idade Média, com a instituição do calendário Juliano, a Igreja Católica criastianizou duas datas fundamentais, as dos solstícios, que eram comemoradas com grandes festas de fogueiras - a de 24-Dez passou a ser o Natal, a de 24-Jun o S. João. Isto serve apenas para dizer que já havia festa das fogueiras em 24-Jun antes de se falar do Baptista e que foi a Igreja que se colou à festa e não o contrário (http://pt.wikipedia.org/wiki/Festa_junina)

Quanto ao percurso, se a festa fosse apenas religiosa, não haveria necessidade de se sair do adro (se acham que 3 voltas à Igreja é pouco, podem dar 7, que é também um nº mágico). Qual a razão de, não só no S. João, como noutras datas, se fazer procissões pelas ruas da aldeia? Aparentemente, isso é um incómodo para o trânsito, para os "carregadores de andores", para o pároco, etc. - ou seja, não é (aparentemente) benéfico para ninguém. Mas faz-se. Então pensem lá porque há essa tradição das procissões, qual é a função que elas desempenham. Se chegarem a uma resposta, tenham depois em consideração que o S. João é o padroeiro e deve ser isso que justificou que, há umas décadas atrás, o percurso tivesse sido aumentado.

Unknown disse...

eu não sou a favor de procissoes....seja ela qul for.....mas isso sao outros 500 e nao p discutir aqui..mas acho k por mais k se fale no assunto, o k e normal, havera sempre discordia e nenhuma das partes vai convencer a outra da sua opiniao...por isso, apesar de achar que as discussoes sao saudaveis....acho k ha uams que é completamente «bater no ceguinho»......
Quanto ao comentario do Carlos, toda gente sabe, oud evia saber, que as datas em k se comeora nascimento ou morte de santos, ou do proprio JC, sao meramente indicativas, já que na altura n havia calendario, pelo menos igual ao de hoje!!!!!!Mas quase tds tem uma razao logica.....:):) mas isso são tb outros 500...lol lol
Sou nova ainda, não me lembro das raizes da procissão, mas meus avos disseram k o original nao era versão de 2007 ou de 2008....foi sofrendo alterações e, se uns anos se esticou, agora encurta-se....há terras onde as procissoes tem trajectos diferentes cada ano..
Quanto ``a historia das bandas é veridico.....assisti uma vez a uma ngociaçao de uma banda k perguntou quantas horas de procissão era, os km etc....e negou, pk era muito grande!


Enfim, eram so algumas coisas que queria dizer..pk cm tb ja referi em cima, este ano já ta e n ha nada fazer:D

Anónimo disse...

bem meus senhores pelo que estive a ler a festa de São João foi animada.
GNR, circuito da procissão encortado, ...............
Bem espero que para o ano que vem em 2009, haja a festa de São João mesmo so com a saida dos andores em volta da Igreja.
Não deixo de estar em acordo com as pessoas que transportam os andores, muitas delas por promessas,e que fazem esse sacrificio por graças que receberam.Os mordomos que tem a ingrata missão de andar a pedir deinheiro, cuidar da festa etc etc, devem fazer com gosto.
Agora quem devemos culpar pelo trajecto? Não sei, não vi não estava la.MAS O QUE E IMPORTANTE E QUE NÃO DEIXEM MORRER A TRADIÇÃO
QUE FAÇAM A PROCISSÃO, FOGUETES, TREMOÇOS, SARDINHAS,VINHO, MESMO QUE FAÇAM SO A PROCISSÃO EM VOLTA DA IGREJA.
a lisboeta.

Anónimo disse...

Tanto "barulho" por tão pouco.
Não há festa sem fogo , não hà religioso sem profano.
Portanto beijosenses, deixemo-nos de lá lá lá e façamos todos algo para manter as nossas tradições.
como diz a lisboeta, com procissão mais curta ou mais comprida , haja festa de S JOÃO religiosa e profana já que as duas são amigas inseparáveis.

Anónimo disse...

Amigo Carlos, um grande abraço.
Volto a dizer (chama-me insistente), a festa de S,João é puramente religiosa, pode ser feita a 24 ou como muito bem sugeriu o ché, no fim de semana seguinte, com tremoços ou sem tremoços, com a nossa contribuição ou sem ela, com mordomos ou sem eles, mas será sempre uma festa religiosa.
Bem como o Natal, haja prendas ou não, Pai Natal ou não, pinheiro ou não, presépio ou não.....

Anónimo disse...

A discussão é boa. Isso já mostra que a Festa de São João está viva. Agora, deixemos de querer dar ordens onde não temos direito de dar. A procissão deste ano foi maravilhosa e colaborou só quem quis... deve repetir no próximo ano e com o mesmo trajecto pois isso não tira sua beleza. Aliás agradou a grande parte da população que participou. Reparem que o próprio padre elogiou, o que não é mau. Se continuarmos a achar que o pároco não está a fazer as coisas direito e o criticarmos como se fez até aqui, é bem provável que ele nem saia mais com a procissão, pior ainda para a população se ele nem mesmo viesse celebrar a missa da festa. Se quisermos fazer uma Festa pagã, a nosso modo, bem podemos fazer, mas sempre que queiramos Missa e Procissão de Andores temos de aceitar as posições e as condições religiosas, e para além disso os mordomos não são os donos da festa pois tem que organizá-la em acordo com o padre, também devem fazer a festa para ajudar a igreja. Pensem nisso e vamos colaborar para que tudo continue a correr bem pro ano. Ou querem que a festa religiosa seja separada da festa pagã? Isso seria mesmo o começo do fim...

Anónimo disse...

Fazer a festa para ajudar a igreja ???

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