A Nossa Orquestra Recreativa "OS CENTRAIS DE BEIJÓS"
FOFOKEIRA disse...
"Bons tempos!
Relembremos a sua história:
A Orquestra "OS CENTRAIS DE BEIJÓS"
foi criada nos anos 50 do Século XX. Então, Beijós vivia grandes convulsões bairristas, em que eram protagonistas o Vale da Loba e o Areal.
Cada um destes bairros orgulhava-se de fazer melhor e procurava criar a cobiça no outro bairro.
Havia bailes em determinadas épocas do ano, no Vale da Loba e no Clube, no Areal, com aparelhagens sonoras contratadas. Faziam de Cabine de som a Varanda do Sr. Alexandre da Fraga, o Moleiro, pai do Sr. Fernando Amaral Pereira, no Vale da Loba, ao Calhau. No Areal os bailes normalmente eram no clube.
Entretanto, as coisas foram evoluindo, e, talvez porque se aposentou, passou a permanecer, por mais tempo em Beijós o nosso querido amigo já falecido ANTÓNIO TAVARES (O Polícia), trazendo uma aparelhagem sonora "RÁDIO BEIJÓS".
"RÁDIO BEIJÓS FALA E O MUNDO ACREDITA". Era o slogan do Nosso Querido Amigo Polícia, para chamar o povo aos bailes.
O RÁDIO BEIJÓS, uma novidade para a nossa Aldeia, passou a organizar bailes alternados no Vale da Loba e no Areal.
A sua Cabine do Som no Vale da Loba passou a ser na varanda do seu afilhado de casamento, o nosso também querido amigo, já falecido, JOÃO SOUSA (João Sapateiro) para que a dança se realizasse no largo do Calhau.
Sim, largo do calhau, por haver um calhau no lugar onde agora se encontra a casa que é do Afonso de Sousa Borges, que herdou do sogro do Alexandre do Açúcar, que Deus lhe fale na Alma.
Como está referido no hino de Beijós, as gentes da nossa Aldeia, são aguerridas e muito opiniosas.
Então, nos anos 50, o bairrismo era muito acentuado e as pessoas uniam-se facilmente a lutar por uma causa e passaram a organizar bailes quase todos os domingos.
Por isso, o nosso querido Amigo, JOÃO DOS SANTOS FERNANDES (João Gato) dado que o Polícia, entretanto, vendeu o Rádio Beijós para o Clube, decidiu promover a compra de uma aparelhagem sonora, que penso que ainda tem,e passou ele a organizar os bailes no Vale da Loba.
Com a compra desta aparelhagem, o Vale da Loba terá ficado mais bem servido do que o Clube, no Areal, que passou a dispor de uma aparelhagem obsoleta.
Surgiu um grupo de homens de bem, que constituíram uns órgãos sociais fortes na actual ACDB.
Cheios de coragem e com muito entusiasmo, decidiram mandar ensinar música ao nossos queridos e saudosos amigos ELIAS TAVARES, VASCO NUNES, HORTÊNSIO SOUSA, JOSUÉ,AMÉRICO MOURA, já falecidos, e outros nossos amigos, que Deus ainda traz na companhia dos vivos, ANTÓNIO FONSECA, GABRIEL MOURA.
O Mestre Basílio fez destes homens, bons profissionais da música.
O Clube comprou o respectivo instrumental: bateria, saxofone alto, saxofone tenor, saxofone barítono, trompete, trombone e acordeon.
O próprio mestre Basílio foi o trompetista inicial.
O Areal venceu. O Areal cativou e mandou a Orquestra Recreativa "OS CENTRAIS DE BEIJÓS", por essas terras fora a abrilhantar festas, principalmente no Verão. Anos muito bons, para o Clube, para a Orquestra e principalmente para BEIJÓS, Aldeia que passou a ser falada e conhecida por tudo quanto era sítio.
Mas as festas de Tibaldinho, em determinado Verão, cuja data não posso precisar, talvez em 1961/1962, arruinaram a Orquestra de Beijós, que sofreu um acidente de regresso a casa, nas margens do Rio Dão, cujos membros do nosso JAZZ ficaram traumatizados e feridos, provocando a desagregação.
Contudo, o ELIAS, o HORTÊNSIO, o AMÉRICO e o FONSECA,mantiveram-se leais à causa que abraçaram e, reorganizando-se, posteriormente, com o ANTÓNIO A. ABRANTES (O Ritinha), o NORBERTO e o ZACARIAS , ainda conseguiram manter a Orquestra activa por mais alguns anos, talvez até 1966.
Enfim! Bons tempos.
A Juventude de hoje tem que ganhar coragem para criar coisas destas tão bonitas, tão boas, que podem levar Beijós ainda mais longe e tornar a nossa Aldeia ainda mais conhecida, com valores culturais bem diferentes daqueles que têm sido desenvolvidos."
14 Fevereiro, 2007 13:27
Editado por António em 16FEV2007 às 21H50
FOFOKEIRA disse...
"Já agora, cumpre-me aqui realçar alguns nomes das pessoas que impulsionaram a criação da Orquestra Recreativa "OS CENTRAIS DE BEIJÓS".
Peço desculpa, por algum lapso que eu possa ter, nessa revelação, contudo, qualquer dos leitores poderá corrigir, entre as pessoas que mais se destacaram:
Ramiro Pais; José do Alípio (pai da D. Amélia do Falecido Ventura; José Padeiro, s/padaria (avô do Vadio)José Baptista, pai do João da fruta, da Visifruta; Acácio Santos (avô do Ricardo Santos), Hortênsio Costa, Etc...
Penso que o hawk76, certamente terá acesso aos arquivos da ACDB, poderá esclarecer melhor e com mais objectividade, se assim o entender."
16 Fevereiro, 2007 19:35
12 Beijos:
Excelente comentário! Parabéns Fofokeira!
PARABENS PELO EXSELENTE COMENTARIO!
DESCONHECIA QUE EM TEMPOS BEIJOS TIVESSE BANDA.
MAS DESDE JÁ LANÇO UM DESAFIO.
SE ALGUEM TIVER CORAGEM DE CRIR UMA NOVA COM O MESMO NOME, POIS SO ASSIM FARA SENTIDO, TEREI TODO O GOSTO EM DAR MEU CONTRUBUTO
A.M.D.S.G
Em outros tempos, "RÁDIO BEIJÓS FALA E O MUNDO ACREDITA", fantástico!!!
Agora, A TELEVISÃO FALA E O MUNDO ACREDITA!
Apesar dos bairrismos, nos anos 50/60 do Século XX, que desencadearam algumas lutas renhidas, em que os moradores do Vale da Loba não iam aos bailes ao CLUBE e os moradores do Areal não iam aos os bailes do Vale da Loba, a Orquestra Recreativa "OS CENTRAIS DE BEIJÓS" conseguiu servir de mediadora, e promoveu a união dos Beijosenses.
Para tanto valeram os bailes que a Orquestra realizou, ao ar livre, junto da casa do Álvaro Peixeira Mendes, cujo palco foi instalado no quintal que foi do nosso querido amigo, já falecido, Hortênsio Costa. Mais tarde, no dia 20/21 de Junho de 1964, com palco montado sobre o muro da casa do nosso estimado amigo, também já falecido, Emídio Fernandes de Campos, abrilhantou, com muito êxito, um baile no Largo do Calhau, no Vale da Loba.
Tal foi o bom nome, a fama, que a Orquestra granjeou, que, além das festas que abrilhantava, nas épocas de Verão, como já ficou referido, conseguiu firmar alguns contratos para bailes fixos,entre outros, uma vez por mês, na Associação dos Trabalhadores das Minas da Urjeiriça-Nelas e em Seixo da Beira-Seia.
Merece aqui especial destaque o orgulho que alguns Beijosenses tinham na Sua Orquestra, que nunca deixavam de aparecer nos festejos onde ela estivesse a actuar.
A Orquestra arrastava algumas multidões atrás de si.
Por isso é que a juventude da nossa Aldeia terá que despertar para valores que, então, foram desenvolvidos e que, hoje, merecem ser reeditados, para os quais agora há muito mais condições e exige menos sacrifício do que naquela altura, àquele punhado de homens, que, a maioria deles, trabalhavam no campo, de sol-a-sol.
Já agora, cumpre-me aqui realçar alguns nomes das pessoas que impulsionaram a criação da Orquestra Recreativa "OS CENTRAIS DE BEIJÓS".
Peço desculpa, por algum lapso que eu possa ter, nessa revelação, contudo, qualquer dos leitores poderá corrigir, entre as pessoas que mais se destacaram:
Ramiro Pais; José do Alípio (pai da D. Amélia do Falecido Ventura; José Padeiro, s/padaria (avô do Vadio)José Baptista, pai do João da fruta, da Visifruta; Acácio Santos (avô do Ricardo Santos), Hortênsio Costa, Etc...
Penso que o hawk76, certamente terá acesso aos arquivos da ACDB, poderá esclarecer melhor e com mais objectividade, se assim o entender.
Grandes são os Homens que sonham com o Mundo em festa e que deixam fortes impressões no seu tempo.
hawk76, então não consegue dar uma ajudinha, para confirmar a completar a lista das pessoas que impulsionaram a criação da Orquestra Recreativa "OS CENTRAIS DE BEIJÓS"? :-)
Para que não se perca mais um pouco da história da Orquestra Recreativa "OS CENTRAIS DE BEIJÓS", cumpre-me aqui salientar as convulsões sofridas com o falecimento do nosso querido e saudoso Amigo, AMÉRICO MOURA. Naquela altura a Orquestra ficou sem baterista. Uma situação difícil de ultrapassar, uma vez que nenhum dos elementos do grupo tinha praticado, com rigor, a percussão. Valeu, em determinados momentos, a prestimosa ajuda do nosso Amigo ANTÓNIO ROSA PEIXOTO ( O António do Garnacho). Para quem não conhecia este seu dote, aqui fica a mensagem. Mas este nosso Amigo, sem nunca ter treinado, agarrou-se à bateria e tocava muito bem.Conseguiu superar a crise muitas vezes em inúmeros bailes no clube.
Talvez não tenha sido a melhor decisão a venda do Instrumental. Mas, hoje, talvez não seja muito difícil reunir alguns músicos de Beijós, para reeditar "OS CENTRAIS DE BEIJÓS". Segundo consta há aqui, na nossa Aldeia, alguns Saxofonistas, pelo menos um baterista/trompetista (este toca os dois instrumentos - um de cada vez), além de organistas que também já foram citados. :-(
Irei consultar os arquivos, mas não sei se haverá algo com a informação pretendida.
OK, hawk76. Pelo menos vamos tentar descrever a história o mais que se puder, para que passe a constar.
Promove lá isso!
Obrigado.
Convém dizer que foi posteriormente organizado, sob a batuta do António Abrantes ( Ritinha), o conjunto Apollo 17 que veio substituir os Centrais.
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