TUDO CHOROU
Lembras-te daquele dia
nefasto de verão,
em que a nossa silhueta se dissipou?
Foi nesse dia
que tudo chorou:
A vegetação alguma secou
outra murchou.
Tudo chorou.
Até os seres brutos
choraram: as pedras partiram,
as fontes secaram.
Tudo chorou.
E os animais
quase morreram,
tanto foi o que sofreram...
As andorinhas e os pardais
vestiram-se de luto,
o rouxinol não mais cantou.
Tudo chorou.
E quando os astros souberam
o que me aconteceu...
... O sol indignado
subiu mais alto, chorou,
a sua cólera sobre a terra lançou
e ainda mais a queimou.
Tudo chorou.
Até no «Além»!
E eu já conformado,
só tenho pena que tu também
não tivesses chorado.
Poesia do Beijosense,
António Amaral Marques
2 Beijos:
belo poema...é sempre bom ler poemas belos...
Parabens ao autor, AAM.
Entendo que o poema se refere a uma dor, talvez pessoal, em determinado momento de Agosto.
O seu autor, seguramente, que terá conseguido aliviar o seu sofrimento por alguns momentos, ao relatá-lo no papel.
Apesar disso, soube exteriorizar o que lhe ia na alma.
Muito bom. Muito bem apresentado. Parabéns Dr. A.A.M. Tudo de bom...
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