sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Carregal do Sal em 7º lugar no Ranking do Poder de Compra do Distrito de Viseu

«A Percentagem de Poder de Compra (PPC) é um indicador derivado do primeiro factor com maior poder explicativo extraído da análise factorial — o Indicador per Capita (IpC) — e reflecte o peso do poder de compra de cada município ou região no total do país (que assume o valor de 100%). A ideia subjacente a este indicador é a de observar a concentração do poder de compra nos diferentes territórios, tendo em consideração que as áreas de maior ou menor poder de compra sobre o território nacional dependem, não só da distribuição do poder de compra per capita pelo país, mas também da distribuição espacial da população residente. Em suma, o indicador PPC não resulta directamente da análise factorial, mas é derivado do IpC e do peso demográfico de cada unidade territorial no todo nacional.»

Top 10
  1. Lisboa - 235,7
  2. Oeiras - 173
  3. Porto - 170,5
  4. Cascais - 155,7
  5. Alcochete - 144,8
  6. Faro - 141,6
  7. Coimbra - 139,1
  8. Porto Santo - 139,9
  9. Montijo - 137,6
  10. Funchal - 135,4
Com efeito, o município de Lisboa apresentava o IpC mais elevado (235,7), mais do que duplicando o índice nacional, mas, nas 10 primeiras posições correspondentes a um IpC superior a 135, ainda se encontravam mais quatro municípios da área metropolitana de Lisboa: Oeiras (173,0), Cascais (155,7), Alcochete (144,8) e Montijo (137,6).





Na Região Dão-Lafões, só o Município de Viseu se aproxima da média do Ipc nacional.

Carregal do Sal embora estando em 7º lugar no ranking do Distrito, mantém uma posição muito discreta a nível nacional, estando com cerca de 40% abaixo da média nacional na percentagem de poder de compra e mesmo abaixo dos 71% de média da região.

Dos 308 Municípios estudados pelo Instituto Nacional de Estatística, Carregal do Sal encontra-se na posição 202 do ranking do Poder de Compra.




Fonte: INE

5 comentários:

  1. 1. Só os entendidos conseguem compreender o 1.º parágrafo! :)
    2. O IpC é um bom exemplo de como as notícias da comunicação social sobre matérias estatísticas são muito simplistas. Lendo a explicação técnica do relatório do INE, compreende-se quão arriscado é chamar "Poder de compra" a este índice.
    3. Carregal do Sal tem o 7.º valor mais alto de IpC dentre os concelhos da NUTS Dão-Lafões. No entanto, como Lamego (IpC = 78) ainda faz parte do Distrito de Viseu, o "7º lugar" do título deverá ser substituído por "8.º lugar".

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  2. IpC: O Indicador (de poder de compra) per Capita é um conceito que reflecte o “rendimento efectivo” das famílias, os bens e serviços que elas conseguem adquirir em função do seu rendimento, em dinheiro ou em espécie, e dos preços dos bens. Isto depois de pagar impostos já que o Fisco tira sempre o seu quinhão à cabeça. O IpC, Indicador per Capita (por pessoa) estimado neste estudo, é baseado num levantamento de 17 factores, incluindo os salários, as pensões e os subsídios recebidos em numerário, mas também a auto-produção das hortas e das vinhas, o trabalho “ao dia fora” e outros tipos de rendimento ocasional, o acesso aos serviços públicos, etc.
    Com um Indicador (de poder de compra) per Capita de apenas 61, o Carregal está 39% abaixo da média nacional de 100, mas a um nível semelhante a Tondela e outros municípios vizinhos.

    PPC: A Percentagem do Poder de Compra concelhio combina este Indicador (de poder de compra) per Capita com a população de cada município, para dar a distribuição regional do poder de compra nacional.
    O município de Carregal de Sal representa apenas 0,06% do total de poder de compra nacional. Mesmo o subtotal do poder de compra de toda a Região Centro chega apenas a 10,1% do total nacional, abaixo dos 11% concentrados no município de Lisboa.

    É caso para dizer, “Portugal é Lisboa… e o resto é paisagem”.
    Mas a linda paisagem de Beijós, que alimenta o nosso espírito e merece bem uma visita, não faz parte dos 17 factores considerados para a estimativa do poder de compra do nosso bolso.

    FDR: O terceiro indicador do estudo do INE, é o Factor de Dinamismo Relativo que reflecte a evolução do poder de compra regional em relação à média nacional.
    Aqui, o Carregal e toda a região está a perder, a afastar-se da média nacional. Aliás, os municípios que estão a subir são os mais urbanos e mais escolarizados, e boa parte do Algarve e da Madeira.

    Parece que “vender sol” (e votos na AR) é o que está a dar.

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  3. O seu comentário é um exemplo do que referi no ponto 2. do meu primeiro comentário, i.e. do risco de assumir os índices como reflectindo conceitos que nós conhecemos e interpretar os valores desses índices à luz do nosso conhecimento. "Poder de compra" não é uma boa designação para o índice que o INE constrói com o 1.º componente rodado de uma análise de componentes principais. Mas pior é o caso do 2.º componente, com um pomposo nome de "Factor de Dinamismo Relativo", mas que não representa nada daquilo que a Micas10 refere!!!

    Vejamos o que diz o relatório sobre o FDR: «o objectivo essencial da construção do FDR no âmbito deste estudo consiste em isentar o indicador principal, o IpC, do efeito do poder de compra manifestado irregularmente (essencialmente, pelos turistas)». Ou seja, não se trata de nenhuma evolução, a finalidade é, por meio de rotação dos componentes, encontrar uma solução em que o IpC seja menos influenciado pelas 'despesas' originadas pelos não residentes no território em causa. Consequentemente, os concelhos que apresentam maiores valores de FDR não são os mais dinâmicos, mas sim aqueles em que, grosso modo, o "poder de compra" é manifestado em maior grau pelos não residentes, relativamente aos residentes.
    O concelho com menor FDR é Oeiras, conhecido precisamente por ser "mais escolarizado". Aliás, basta olhar para o top 10 de concelhos com maior FDR para perceber de que estamos a falar:
    1 - Albufeira
    2 - Loulé
    3 - Vila do Bispo
    4 - Lagos
    5 - Lagoa
    6 - Portimão
    7 - Vila Real de Santo António
    8 - Óbidos
    9 - Tavira
    10 - Castro Marim

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  4. Falta analizar o Indicador per Capita de poder de compra dentro dos municipios.

    Por exemplo, no Concelho de Carregal do Sal o valor indicado é de 61% em relação à média nacional. Qual será o dos Pardieiros ou de Beijós?

    Seguramente que haverá aqui grandes diferenças, seria útil esse estudo local, para que os Poderes Locais pudessem reduzir as assimetrias investindo nos incentivos necessários, para cativar para as freguesias ou aldeias com menos poder de compra, criando as desscriminações positivas necessárias.

    É assim que se fazem as distribuições dos fundos comunitários pelos países e pelas regiões, era assim que se deviam fazer pelas aldeias ao nível local.

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  5. Já há um grande enviesamento no índice calculado ao nível concelhio, agora imaginem que o calculavam dentro dos concelhos!!!
    Compreendam que o IpC não é o conceito de Poder de Compra de que habitualmente se fala nas conversas de café, é o primeiro componente de uma ACP onde têm grande peso variáveis como levantamentos e pagamentos na rede multibanco, o comércio a retalho e até a taxa de urbanização (proporção da população residente em lugares com mais de 5000 hab.)
    Portanto, cada vez que um beijosense for jantar ao Zé Pataco ou fizer um levantamento MB em Canas, está a contar para o IpC de Nelas.

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