Está a ler o arquivo 2005-2009 do Beijós XXI. A partir de 2010, o blogue passou a ser publicado no endereço http://beijozxxi.blogspot.com

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Bens da Confraria

Como se viu em anterior postagem, a «comissão concelhia de inventario para os fins consignados no artigo sessenta e dois da lei de separação das egrejas do estado» fez o inventário dos bens da igreja católica geridos pela Junta da Paróquia de Beijós. No entanto, parece que se esqueceu de uma longa lista de bens que tinham pertencido a uma antiga confraria. O Estado não dorme e veio a ordenar um aditamento ao inventário...


«Inventario addicional ao inventario dos bens culturaes existentes na freguesia de Beijós, Concelho do Carregal, pertencentes à extinta Confraria do S. S. Sacramento da freguesia referida e administrados pela Junta de parochia respectiva, cujo addicionamento é feito por virtude da Circular do Governo Civil de Viseu - 2ª Repartição - nº 32, de 17 de Outubro de 1912, cujos bens a inventariar são os seguintes
Esta folha tem carimbo do Ministério da Justiça de 29-1-1913 e um nota manuscrita em 1939, dando conta de que os bens foram arrematados a vários indivíduos. Sobre a lista de 46 bens há diversos carimbos a confirmar a transferência para o Ministério das Finanças em 11-9-1922. A maioria são oliveiras em terrenos de terceiros, mas há também olivais e pinhais e ainda alguns foros. Deixo alguns exemplos:
11 - Uma oliveira sita à Carregueira em terreno de Alexandre Cardoso de Pina, de Beijós
15 - Uma oliveira sita à Carregueira em terreno de Felippe Fernandes de Campos, de Beijós
33 - Uma oliveira sita ao Castego em terreno de D. Duarte de Alarcão, de Lisboa
44 - Uma sorte de Oliveiras, com Baldio, sita aos Outeiros dos Castelos, limite de Beijós, que confronta de nascente, sul e poente com a povoação de Beijós e do norte com Bernardino Pais do Amaral e outros
46 - Um prazo facteosim, composto de duas glebas de terra, sendo uma de terra cultivada com testada de pinhal sita ao Rego dos Frades, que confronta do nascente com herdeiros de Luiz Carvalhal, e do sul com o caminho, e outra composta de terra de pinhal, sita ao Valle da Bolota que confronta do nascente com Sebastião Bernardo e do norte com o Fidalgo de São Gemil, do qual é foreiro Luiz de Figueiredo de Campos, de Beijós, e paga de foro annoalmente a quantia de 1$000.

1 Beijos:

beijokense disse...

A Comissão era Republicana, mas continuava a tratar os nobres por «D. Duarte de Alarcão» e «Fidalgo de São Gemil».

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