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segunda-feira, 8 de maio de 2006

Diário de um Soldado Beijosense na 1ª Grande Guerra Mundial - 18
















Autor: José Pais dos Santos

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Batalha de La Lys:
DAS MEMÓRIAS DA GRANDE GUERRA DE JAIME CORTESÃO
História da Batalha de La Lys
Batalha do Lys
A Primeira Guerra Mundial
9 de Abril - A batalha de La Lys - na uARTE






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6 Beijos:

Anónimo disse...

«No dia 9, pelas 4 horas da manhã, os Alemães tentaram uma ofensiva em todo o sector portuguez, fazendo prisioneiros e muitas baixas»
JPS, provavelmente sem ter consciência disso, estava a relatar o que é considerado o maior desastre militar português, desde Alcácer-Quibir.
E apresenta também uma das explicações: «já vai em 11 mezes que não sairamos das linhas de meter frente ao inimigo», i.e. os soldados estavam cansados e desmoralizados.

António disse...

hitória da Batalha de La Lys:
Em Portugal é todo o mundo rural que está em guerra. Na maioria dos casos, o soldado sai, pela primeira vez, da sua terra natal. Aprende a comer de garfo e faca na tropa. As tropas levam três meses de barco e mais três dias de comboio de Brest até à frente na Flandres. O dia 9 de Abril comemora simultaneamente o dia do combatente português e a Batalha de La Lys.
8 de Abril de 1918. A situação é de alerta máximo. Aguarda-se a todo o momento um ataque do inimigo alemão. Tinha havido uma carga alemã até perto de Amiens (Operação Michael). Os aliados situam-se perto das ribeiras de La Lol e La Lys na Flandres.
Portugal dispõe de duas divisões com tropas de artilharia, infantaria e cavalaria. A segunda divisão do Corpo Expedicionário Português espera ser rendida no dia 9 de Abril. No comando da primeira divisão, está o General Tamagnini, conhecido pelo seu carácter disciplinador e astuto. A primeira divisão (30 mil soldados) ocupa o sector da frente com 11 km. (Em comparação, 80 mil americanos ocupam 14 km de frente).
6 de Abril de 1918. A primeira divisão retira da frente. Fica a quinta divisão (conhecida por segunda divisão reforçada). No comando da quinta divisão, o Brigadeiro Gomes da Costa (um duro que instaurará o Estado Novo com o golpe de Estado de 28 de Maio de 1926) substitui o General Simas Machado. Há nove meses que as tropas estão na frente de combate. Era caso único entre os aliados.
O soldado da trincheira vê pouco: gases químicos lançados pelos alemães e nevoeiro. O soldado da trincheira ouve muito: o som da metralha, dos morteiros, da artilharia alemã. O revestimento da trincheira é de madeira ou de ferro. A lama da frente agarra-se ao corpo e torna o avanço muito difícil. O soldado abriga-se em buracos reduzidos, revestidos de chapa com escoras de madeira e sacos cheios de terra. Há numerosos ratos. Dentro do abrigo, o mobiliário é de pinho, um ou dois leitos, instrumentos mínimos de higiene.
9 de Abril de 1918. 4h15. Começa o bombardeamento alemão: artilharia contra artilharia. Salvas de artilharia de dez em dez minutos. Depois salvas permanentes a partir das 5h15. Das 5 às 8 horas o fogo é contínuo. Segue-se o assalto das tropas alemãs a partir das 8h15. O marechal Douglas Henke, comandante chefe dos exércitos britânicos considera os soldados portugueses "bravos e úteis". Mas as tropas portuguesas sofrem pesadas baixas.
Os alemães não tinham a certeza do sucesso militar. Escolhem o sector português, porque, com a derrota dos portugueses, os ingleses retiravam para os flancos. Logo, os alemães avançariam na frente. O objectivo dos alemães é empurrar os ingleses até ao Canal da Mancha. Do lado alemão, comandam o General Ludendorf e o Marechal Hindenburg. Já no dia 8 de Abril, os alemães alteram o seu dispositivo militar. Colocam quatro divisões com quase 50 mil homens, reforçadas no dia 9 de Abril com mais 30 mil soldados. Os portugueses são só 20 mil.
9 de Abril. Final da noite. Os alemães capturam seis mil portugueses da segunda divisão e quase 100 peças de artilharia. As tropas alemãs avançam. Mas não cumprem totalmente o objectivo: avançar para além das ribeiras de La Lol e La Lys. Dizimada é a Brigada do Minho. Mas conseguiu resistir juntamente com as restantes tropas portuguesas durante 24 horas.
A trincheira transforma a guerra num impasse de posições. Os Alemães vencem em La Lys. A segunda ofensiva alemã dura de 9 a 27 de Abril, mas com perdas crescentes para o lado alemão. Ainda tentam o assalto a Paris (operacão Valquíria). Detidos pelo General Pétain, são mais tarde vencidos pelo contra-ataque aliado.
Os participantes na Guerra de 1914-1918 foram: o Império Alemão, o Império Áustro-Hungaro, a Turquia e a Bulgária que lutaram contra o Império Britânico, a Rússia, a França, a Itália, os Estados Unidos, Portugal, Bélgica, Holanda, Grécia e Roménia.

In: http://urbi.ubi.pt/011016/edicao/89_conf_combatentes.html

AMSantos disse...

Nesta fase já é evidente o cansaço e exaustão de JPS. Deixara de escrever a sua poesia e abrevia muito no seu diário. As condições de sobrevivencia devem ser de limite.

Anónimo disse...

Fantástico. A batalha de la Lys aqui descrita. è evidente que o cansaço já devia ser muito. Aparece apenas uma breve descrição. Mas mesmo assim é histórico. Não deve haver muitos documentos destes...

Carlos Carrasco disse...

Agradeço-lhe o envio do comentário para o blogue com que procuro motivar os meus jovens alunos.
Achei muito interessante. Divulguei-o logo, sem averiguar quem seria o remetente - pensei que seria o pai de algum dos alunos, que teria encontrado o seu blogue na net.
Irei ver, muito brevemente, a exposição e, se possível, levarei os alunos (pelo menos os que estão a trabalhar sobre o tema).
Agora é maior a curiosidade em ver o documento ao vivo. É mais uma história para contar.
Obrigado.

SHIP disse...

● Quarta-feira, 09 de Abril 201 (todo o dia) – Passeio Cultural Evocativo do Centenário da I Grande Guerra (1914-18), sob a coordenação do Ten-Coronel João José Brandão Ferreira (“A Trincheira – Uma Viagem no Tempo”) – Inscrições na Secretaria da SHIP (Tel. 213241470).

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